Não deu outra: fronteira argentina continua fechada!

Ainda faltam protocolos e o mais importante: um acordo com o Brasil, como fez o Paraguai, no ano passado.

Ainda faltam protocolos e o mais importante: um acordo com o Brasil, como fez o Paraguai, no ano passado.

Com a tradicional delicadeza, os gendarmes informavam aos argentinos que tentavam sair de seu país, na madrugada desta segunda-feira, 27: “Ninguém pode passar, porque a ponte não está aberta”.

Do lado de cá, tristeza e decepção para Yanina, que é de Puerto Iguazú, mas mora em Foz. Ela havia chegado à cabeceira da Ponte Tancredo Neves justamente para festejar a reabertura da fronteira, como noticiou La Voz de Cataratas.

No lado de lá, já na primeira hora de vigência do projeto piloto de reabertura, quatro veículos com argentinos chegaram ao Centro de Fronteira, para passar a Foz do Iguaçu.

Foram todos barrados. No primeiro carro, um homem contou que queria vir a Foz para se reencontrar com a família. “Faz um ano e meio que não vejo minha mulher e minhas filhas, que são brasileiras”, contou o argentino aos jornalistas de El Territorio.

Ele estava indignado. “A verdade é que é ultrajante isso, porque sinto falta da minha família e quero vê-la, assim como meu filho não vê a mãe. É uma família que foi separada por esta situação.”

O portal acompanhou a chegada – e o retorno – de mais três carros. Todos de argentinos querendo vir ao Brasil, mas obrigados a retornar diante da informação de que “ainda não há uma decisão a respeito”.

El Territorio destacou que o decreto de reabertura não foi aplicado porque não se buscou um acordo de reciprocidade entre a Argentina e o Brasil, a exemplo do que existe desde outubro do ano passado entre os governos paraguaio e brasileiro.

SOLENIDADE

Que a Argentina tenha mantido fechada a fronteira por tanto tempo, é normal e direito do governo de decidir isso. O que soa estranho pra nós, brasileiros, é que os próprios argentinos que estão no exterior não possam voltar ao país. A pandemia criou um grupo à parte de cidadãos, os “apátridas argentinos”.

Mas, ainda nesta segunda-feira, a situação deve mudar. Às 17h, o ministro do Interior da Argentina, Eduardo “Wado” de Pedro, e o governador de Misiones, Oscar Herrera Ahuad, participam de uma cerimônia oficial de reabertura da Ponte Tancredo Neves, com a criação de um “corredor turístico seguro”.

Provavelmente até este horário, os governos argentino e brasileiro chegarão a um acordo para liberar as fronteiras (pela reciprocidade, a fronteira do Brasil também está fechada desde março do ano passado para a entrada de argentinos).

REUNIÃO

Segundo a imprensa da província de Misiones, a diretora de Migrações da Argentina, Florencia Carignano, vai se reunir logo pela manhã com seus pares, para discutir a questão da reciprocidade com o Brasil.

Desde o início da madrugada, está tudo pronto para a entrada e saída pela Ponte Tancredo Neves. Falta apenas a decisão administrativa de liberação.

O pessoal da Saúde “trabalhava contra o relógio”, diz o portal El Territorio, trabalhou “contra o relógio” para montar a tenda sanitária onde serão feitos os testes rápidos para detectar possíveis casos de covid-19.

Também foram reformados rapidamente os postos de atendimento do setor de Migrações. Num primeiro momento, o atendimento será em oito postos para a entrada na Argentina e três para saída.

COMUNICADO

O consulado da Argentina em Foz do Iguaçu viu-se obrigado a divulgar um comunicado, à noite, informando sobre a situação da fronteira:

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