Na volta ao seu país, muitos paraguaios em férias no Brasil deixam de apresentar teste para covid-19

Cerca de 500 não cumpriram a exigência e os nomes serão encaminhados ao Ministério Público. Nas praias brasileiras, mesmo com restrições, veranistas paraguaios não se queixam.

Depois de curtir principalmente destinos de praia no Brasil, entre 200 e 300 paraguaios, diariamente, estão retornando ao país, segundo a diretora de Migrações, Ángeles Arriola. Já o número dos que atravessam a fronteira para o Brasil está caindo diariamente..

Quem volta ao Paraguai, é obrigado a apresentar um teste negativo para covid-19, feito até 72 horas antes. Quem não tiver o resultado, recebe um prazo de 24 horas para fazer o teste já no Paraguai.

Na terça-feira, 2, 50 veranistas paraguaios foram detidos na Ponte da Amizade, pela Migrações, quando “pretendiam ingressar no território nacional sem apresentar o protocolo sanitário correspondente”, disse Ángeles Arriola.

O problema verificado tanto pela Aduanas quanto pelo Ministério de Saúde é que muitos que se comprometem a fazer o teste no prazo de 24 horas acabam não retornando com o resultado, informa o jornal Última Hora.

“Cruzando dados com Migrações, encontramos cerca de 500 pessoas que voltaram ao país e não fizeram o teste, apesar de terem se comprometido a realizar o exame e terem assinado uma declaração jurada”, disse o diretor de Vigilância da Saúde, Guillermo Sequera.

Transcorridos cinco dias da entrada no país, o nome daqueles que não cumpriram o protocolo será enviado ao Ministério Público, para aplicar sanções.

Também houve o caso de uma pessoa de nacionalidade italiana, de 54 anos, que tentou entrar no Paraguai, pelo aeroporto de Assunção, com um resultado de teste de covid-19 falsificado. Ele foi encaminhado pelo pessoal de Migrações ao embarque, para aguardar o voo de retorno a seu país de origem.

OPERAÇÃO INTRAFRONTEIRA

No controle aduaneiro, quem entra deve apresentar documentação e teste PCR.

Desde segunda-feira, 1, na Ponte da Amizade, o Paraguai desenvolve a operação “Intrafronteira”, que verifica, em controles aleatórios, os documentos de estrangeiros não residentes que entram ou saem do país. A verificação é para conferir a documentação de viagem e as exigências sanitárias do Ministério de Saúde Pública.

Ainda na segunda, 58 estrangeiros não residentes foram impedidos de entrar no Paraguai, por não cumprirem as exigências previstas, enquanto quatro estudantes brasileiros, sem documentos de residência no país vizinho, foram notificados. Vale o alerta para outros brasileiros que estudam no Paraguai.

A maioria dos estrangeiros que foi impedida de entrar – ou sair – não contava com teste de resultado negativo para covid-19, segundo o setor de Migrações, informa o jornal Hoy.

A operação Intrafronteira vai continuar durante toda esta semana, com apoio da Secretaría Técnica de Prevenção e Investigação de Terrorismo.

NO BRASIL

Embora em número menor do que no final do ano ou em janeiro, ainda há paraguaios procurando praias no Brasil, principalmente em Santa Catarina.

O grupo de Facebook “Paraguayos en auto a Brasil” traz vários depoimentos de pessoas que estão ou acabaram de chegar às praias e comentam o que encontram. Quase não há queixas, só algumas dúvidas e muitas recomendações para que se aproveitem as belas paisagens, em especial as de Santa Catarina.

Johanna Arbues, por exemplo, recomenda aos compatriotas que “ainda estão em dúvidas de vir, que venham!” Segundo ela, basta usar álcool em tudo e não ficar onde há aglomerações. Ela foi ontem pela primeira vez curtir a praia. Seu comentário teve mais de mil curtidas, a maioria elogiando sua beleza.

Johanna convidou compatriotas a viajarem. Teve mil curtidas, a maioria pela sua beleza.

Haydeé Amarilla fez sua primeira viagem de carro ao Brasil. E depõe: “Uma experiência inesquecível. É um postal interminável”, disse, referindo-se às paisagens. Contou que ela e a família chegaram na segunda-feira, 1, com “muito medo das restrições(…), mas aqui é outra história”. Falou das restrições de horário de comércio em Florianópolis, que só pode caminhar na praia, sem usar cadeiras ou guarda-sóis, mas nem isso prejudicou o prazer da viagem.

Na postagem de Haydeé, elogio às paisagens e à “experiência inesquecível”.

Silvi Rivas contou que chegou com a família em Camboriú, no sábado à noite, “em meio a todas as notícias, decretos e mais…” Mas que só nos fins de semana está proibido ir à praia com guarda-sol e cadeira. “Agora estamos em Bombinhas, onde ficamos até sábado. Algum paraguaio para compartilhar um churrasco?” Ela achou.

As fotos de Silvi Ribas, com convite para paraguaios que queiram compartilhar um churrasco.

Já Rubio Rialbe perguntou ao grupo, quando chegou à praia de Matinhos, no Paraná, o que estava acontecendo, que não o deixaram entrar na cidade. Era o lockdown total. Outros do grupo aconselharam, pra não perder a viagem, que fosse a outros destinos próximos, em Santa Catarina, onde as praias estão liberadas, com algumas restrições. Ou a Guaratuba, no Paraná.

“Depois de mil curvas, de cruzar com mil caminhões a toda velocidade, de paisagens intermináveis, chegamos aqui. É impressionante o bem que te faz em todos os sentidos”, diz Htur Soirrab, traduzindo o que pensam os participantes do grupo Paraguayos en auto a Brasil, que já conta com 98,3 mil participantes.

Da sacada, saboreando um bom prato litorâneo, Cristian Ferreira mostra que o Paraguai está presente. A bandeira está ali pra comprovar.
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