Mulher morre durante tentativa de desalojamento em Ciudad del Este

Polícia Nacional do Paraguai foi designada para o cumprimento de três ordens de desocupação no km 4,5 Acaray.

Uma mulher de 43 anos, identificada como Olga Ayala Fernández, de nacionalidade paraguaia, faleceu em Ciudad del Este, na manhã dessa quarta-feira (4), no momento em que policiais e oficiais de Justiça tentavam cumprir mandados para o desalojamento de três imóveis nas imediações do km 4,5 Acaray.

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A chegada dos policiais ocasionou um impasse com moradores do entorno, que tentaram impedir a entrada da comitiva no bairro Che La Reina, que faz parte da antiga propriedade conhecida como “Finca 66”, alvo de litígio judicial há décadas. Dois dos imóveis foram desocupados, enquanto o terceiro teve o acesso bloqueado pelos manifestantes.

O conflito dessa quarta durou cerca de quatro horas, terminando com o saldo de cinco pessoas detidas, um número incerto de feridos entre os populares e cinco policiais feridos (um deles com um disparo de arma de fogo em uma das pernas).

Já as circunstâncias da morte de Olga Ayala Fernández, que teve uma parada cardíaca e faleceu a caminho do hospital, ainda são incertas. Conforme os primeiros testemunhos, a mulher teria passado mal ao ver o filho sendo atingido por uma bala de borracha. Mais tarde, surgiu a versão de que ela teria desmaiado quando policiais entraram em sua casa.

Blas Vera, diretor da Polícia Nacional do Paraguai, negou ambas as versões. “A senhora não foi alvo da ação, não participou da manifestação e nem estava no protesto. Ela teve complicações e foi trazida por vizinhos até onde estava a polícia, pois tínhamos uma ambulância disponível”, afirmou o delegado, em declarações à rádio Monumental AM.

Nas redes sociais, o prefeito de Ciudad del Este, Miguel Prieto Vallejos (Yo Creo), lamentou a morte da moradora. “Uma senhora faleceu em Ciudad del Este em um violento desalojamento. Deixaram muitos feridos. Isso é um abuso, enquanto no Senado ficam loteando propriedades públicas”, queixou-se Prieto.

Litígio judicial

O litígio judicial em torno da “Finca 66” tem origem na década de 1960, quando terras pertencentes a uma companhia agrícola foram desapropriadas pelo governo paraguaio. No momento do repasse das escrituras à prefeitura de Ciudad del Este, contudo, parte da área já tinha sido urbanizada e vendida a particulares.

De acordo com o jornal ABC Color, o setor em litígio abriga, atualmente, cerca de vinte mil famílias, distribuídas pelos populosos bairros Che La Reina, Pablo Rojas, La Blanca, Mburucuyá, Carolina e Don Bosco.

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