Os promotores Silvio Corbeta, Alma Zayas e Rodrigo Estigarribia, do Ministério Público do Paraguai, denunciaram o prefeito de Ciudad del Este, Miguel Prieto (Yo Creo), e outras dez pessoas, por supostas irregularidades na compra de cestas básicas durante o período inicial da pandemia do novo coronavírus, em março de 2020.
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De acordo com os jornais ABC Color e Última Hora, a gestão de Miguel Prieto efetuou, de forma emergencial, sem processo de licitação, a compra de 25 mil cestas para a distribuição a moradores afetados por medidas como o fechamento da Ponte Internacional da Amizade e a perda da atividade econômica dependente do comércio fronteiriço.
No entender dos promotores, a licitação foi dispensada de forma irregular. Além disso, foram detectadas inconsistências em relação à empresa contratada, que teria terceirizado a compra de insumos para uma outra companhia. Os promotores não descartam, também, que o número de cestas efetivamente entregues tenha sido inferior ao contratado.
“Foram comprados produtos pelo valor de G$ 3 bilhões [R$ 1,9 milhão na cotação atual]”, detalhou o promotor Corbeta em entrevista à Monumental AM, de Assunção. “É uma investigação que começou com um mandado de busca, fizemos o seguimento e contamos com relatórios da Controladoria, que apontam várias irregularidades.”
A empresa contratada foi a Tía Chela SRL, que apresentou notas fiscais referentes às compras efetuadas e negou problemas com o fornecimento dos itens. O prefeito Miguel Prieto, por sua vez, publicou na rede social Facebook fotos das cestas preparadas para a entrega e questionou a denúncia do Ministério Público.
“Parece-me uma estupidez o que está sendo feito, eu já deveria estar livre dessa causa. Como são questões políticas, porém, continuam com isso. Distribuímos mais de 25 mil cestas básicas, em tempo recorde, em um momento sensível, com gente passando fome em plena pandemia. Não espero que os acusadores sejam justos. Mas que não esperem que eu fique calado”, escreveu Prieto.
Corbeta, Zayas e Estigarribia solicitaram prisão domiciliar para o prefeito e proibição de comunicação com os demais denunciados, que incluem servidores municipais, assessores e empresários. O cálculo dos promotores é de prejuízo potencial de G$ 1,7 bilhão (R$ 1,1 milhão) aos cofres públicos de Ciudad del Este.
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