Reconhecida como uma das principais ativistas da defesa dos direitos dos povos indígenas no Paraguai, a religiosa argentina Beatriz Irene Barón, mais conhecida como Hermana Mariblanca, faleceu aos 81 anos, nessa sexta-feira (26), em Assunção.
Leia também:
Mãe e filho indígenas têm reencontro emocionante em Foz do Iguaçu
Integrante da Congregação Misionárias Servas do Espírito Santo, Mariblanca atuou, por mais de quatro décadas, nas regiões de Ciudad del Este e Salto del Guairá, denunciando o que classificou como etnocídio sistemático das populações de origem guarani.
Nos anos de 1970 e 1980, em plena ditadura militar de Alfredo Stroessner (1954–1989), a religiosa reivindicou a demarcação de terras para as tribos deslocadas pela expansão das atividades agrícolas e pela formação do lago de Itaipu.
Apesar das pressões contrárias, que lhe renderam ameaças de morte, o ativismo de Mariblanca foi decisivo para que a posse de cerca de 30 mil hectares fosse destinada às comunidades indígenas.
A freira atuou, também, para a construção de escolas e postos de saúde, além da alfabetização em língua guarani e da preservação dos saberes tradicionais, como o uso de ervas e plantas nativas para curar ou aliviar os sintomas de enfermidades.
A causa da morte não foi revelada, com o jornal ABC Color citando apenas que Mariblanca vinha lutando contra uma doença. Para saber mais sobre a vida da religiosa, em relato produzido por ela própria (em espanhol), clique aqui.
Comentários estão fechados.