Turistas de várias regiões do Brasil que vêm fazer compras em Ciudad del Este correm alguns riscos. Primeiro, se escolherem mal a loja, podem ser vítimas de golpe; se forem denunciar à polícia, podem ser vítimas de extorsão. Mesmo que recuperem o prejuízo, levam pra casa o medo e uma péssima imagem do Paraguai.
Não é por acaso que os comerciantes de Ciudad del Este já fizeram um apelo por mais segurança ao próprio ministro do Interior, Arnaldo Giuzzio. E, nesta segunda-feira, 22, voltaram à carga, agora com reforço de representantes da Secretaria Nacional de Turismo (Senatur).
Uma comitiva foi ao diretor de Polícia de Alto Paraná, Carlos Cáceres, para pedir providências “ante os índices alarmantes de extorsão e insegurança, principalmente no microcentro de Ciudad del Este, o que afeta gravemente o turismo de compras”, noticia o jornal La Clave.
O secretário de Indústria e Comércio de Alto Paraná, Iván Airaldi, disse que, mesmo com as seguidas denúncias, continuam os abusos contra os compristas brasileiros, vítimas de golpes que envolvem a própria Polícia Nacional. Há urgência de um plano de trabalho “para solucionar este flagelo”, disse.
Haverá uma nova reunião esta semana para coordenar as ações que serão executadas no circuito de compras de Ciudad del Este, adiantou Airaldi, que também representa os pequenos e médios empresários de Ciudad del Este.
“Nesta pandemia, estamos com graves problemas, como o desemprego e a insegurança. Estamos trabalhando juntos para a reativação econômica. O plano de reativação econômica que apresentamos tem como um de eixos principais a segurança”, afirmou Airaldi, ao lembrar que uma das propostas é instalar câmeras em vários pontos do microcentro, em especial nas galerias onde ocorrem denúncias de lojas que praticam golpes contra os compradores.
E A JUSTIÇA?
Segundo o ABC Color, Airaldi lembrou que os agentes das delegacias 1 e 7 são os principais alvos de denúncias feitas por turistas. Nas palavras dele, Ciudad del Este é reconhecida “como um lugar de arrecadação dos postos policiais”.
O diretor da Polícia de Alto Paraná prometeu aos representantes que irá supervisionar seus subalternos, para erradicar as práticas de corrupção.
A gente já sabe: não é tarefa fácil. Mesmo porque, quando o caso de policiais corruptos chega à Justiça, quase sempre dá em nada.
Iván Airaldi denunciou na semana passada ao órgão Jurado de Enjuizamento de Magistrados, responsável por avaliar casos de más práticas de juízes, dois juízes que libertaram sem qualquer penalidade policiais processados pelo Ministério Público por sequestro de turistas brasileiros.
“Para nós, é muito grave o sequestro de turistas. Nós dependemos dos turistas e dos estudantes brasileiros em nossa economia regional”, afirmou.
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