Depois da Alemanha e da Bélgica, países onde foram apreendidas 23 toneladas de cocaína, esta semana, agora vem a informação de que a Costa do Marfim, país localizado no Oeste da África, apreendeu uma tonelada da droga, escondida numa carga de mochilas proveniente do Paraguai.
A apreensão em Abidjan, a cidade mais importante do comércio daquele país, como informa o jornal Última Hora. Na região, esta quantidade de droga vale cerca de US$ 47 milhões (aproximadamente R$ 256 milhões).
A ministra da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, Zully Rolón, disse que já tinha conhecimento desta apreensão, que na verdade teria ocorrido entre o final de janeiro e início de fevereiro, mas só agora veio a público.
Ao jornal ABC Color, a ministra disse que as autoridades africanas demoraram a enviar ao Paraguai a documentação sobre o carregamento, para confirmar se tinha mesmo saído desse país.
No entanto, ela disse suspeitar que a “contaminação” da carga foi em trânsito, já que a droga estava dentro de um grande carregamento de bolsas esportivas (ou mochilas).
O destino da droga, segundo a ministra, seria provavelmente a Europa, hoje o mercado mais disputado pelos traficantes, porque lá a cocaína vale bem mais que nos Estados Unidos, maior consumidor de todo tipo de substâncias lícitas e ilícitas.
INVESTIGAÇÕES INTERNAS
Zully Rolón, ainda na entrevista ao ABC Color, informou que em breve será desarticulada a estrutura de tráfico internacional montada no Paraguai. Ela disse que já há dados de como o esquema funciona e quem são os implicados no complexo modo de operação.
Ela adiantou que os traficantes compram empresas já formadas e criam outras, para estabelecer uma rede que lhes permite exportar cocaína da América do Sul para a Europa.
“Estamos trabalhando com agentes internacionais. Quando tivermos a informação que estamos esperando, vamos poder comentar abertamente sobre toda a situação”, afirmou. Disse, ainda, que “a logística (dos traficantes) no Paraguai é bem preparada”, que exige investimentos de vários traficantes. Eles se unem em cooperativas regionais para financiar esses esquemas.
FÁBRICA DE TINTAS
A ministra da Senad disse que o empresário Diego Benítez, da fábrica de tintas Tupã S.A., nunca foi considerado suspeito de participar do tráfico de drogas, mas a promotoria está centrando a investigação nele.
A droga encontrada na Alemanha estava escondida em 1.728 latas de 18 litros de tinta acrílica da marca Fox Colors, produzida e enviada do Paraguai pela Pinturas Tupã S.A.
MUITA COCAÍNA
Nesta semana, a Alemanha e a Bélgica encontraram um carregamento recorde de cocaína nos contêineres de um navio procedente do Paraguai. No total, 23 toneladas. Um homem foi preso na Holanda como responsável pela “importação”.
Em outubro do ano passado, agentes da Senad apreenderam no porto privado Terport, a 40 km de Assunção, 2.300 quilos de cocaína, o maior volume já apreendido no país.
A droga poderia valer US$ 92 milhões (mais de R$ 500 milhões) na Europa, para onde seguiria, dentro de sacos de carvão vegetal. O destino era o porto de Antuérpia, na Bélgica, onde esta semana foi encontrada a cocaína “paraguaia”.
Outra grande apreensão de cocaína no Paraguai foi mais recente. Na fronteira com a Bolívia, a polícia apreendeu 1.400 quilos da droga, além de 14 mil litros de acetona, utilizada para purificar a cocaína.
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