Militares que fazem parte da Força-Tarefa Conjunta (FTC), do Paraguai, trocaram tiros, nesse domingo (23), com integrantes do grupo guerrilheiro Exército do Povo Paraguaio (EPP), que atua na Região Centro-Norte do país. Como resultado, três insurgentes foram mortos, entre eles Osvaldo Villalba, comandante da autodenominada guerrilha.
A confirmação da morte de Villalba, de 39 anos, foi dada pelo presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, durante entrevista coletiva ao lado de ministros e líderes da FTC. Além dele, foram mortos Luciano Arguello, apontado como um dos principais integrantes do EPP, e um homem indígena conhecido apenas pelo codinome Simón.
Horas antes do enfrentamento com os militares, os integrantes do EPP estiveram na aldeia da nação Pãi Tavyterã, localizada ao pé do cerro Jasuka Venda, considerado sagrado por povos da região. No local, dois indígenas foram mortos e um ficou ferido por suposta negativa de colaborar com o grupo.
O barulho de tiros na aldeia atraiu a atenção da FTC, que monitorava a área vizinha ao cerro após rumores de que homens armados foram vistos no entorno. Os corpos dos três guerrilheiros e dos dois aldeões mortos pelo EPP foram levados à morgue judicial de Concepción, capital regional mais próxima, para os exames correspondentes.
Oficialmente fundado em 2008, o Exército do Povo Paraguaio é acusado de envolvimento em pelo menos 60 crimes, em lista que inclui assassinatos, sequestros e atentados a bomba contra alvos policiais e judiciais. A base de atuação do grupo é a zona rural dos departamentos (estados) de San Pedro, Concepción e Amambay.
Entrega das armas
Na entrevista coletiva na qual confirmou o falecimento de Villalba, o presidente Mario Abdo Benítez fez um chamado aos membros do EPP para que entreguem as armas e submetam-se à Justiça. “Venho fazendo esse pedido desde que assumi o cargo. Daremos todas as garantias legais para um processo justo. O Paraguai quer paz”, afirmou.
Relatórios de inteligência indicam que o núcleo central do grupo pode estar reduzido a pouco mais de dez integrantes ativos, que passariam a ser comandados por Manuel Cristaldo Mieres, aliado direto de Villalba.
Familiares do ex-vice-presidente Óscar Denis, sequestrado pelo EPP em setembro de 2020, voltaram a cobrar das autoridades esforços para localizar o paradeiro do patriarca. O rapto já dura mais de dois anos, período no qual o grupo não ofereceu provas de que o político, atualmente com 76 anos, continue com vida.
Comentários estão fechados.