Jornalista é morto a tiros em cidade paraguaia da fronteira

Alex Álvarez era apresentador de um programa de rádio em Pedro Juan Caballero; atirador fugiu em uma moto.

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Faleceu, no início da tarde de terça-feira (14), em Pedro Juan Caballero, fronteira seca com Ponta Porã (MS), o jornalista paraguaio Alex Álvarez, vítima de dois disparos de arma de fogo. Conforme os relatos de testemunhas, o atirador fugiu em uma moto. O comunicador chegou a ser resgatado com vida, mas não resistiu aos ferimentos.

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O crime ocorreu no momento em que o veículo conduzido por Álvarez estava parado em um semáforo no bairro Obrero. O jornalista tinha recém-adquirido o automóvel, que pertencia, até a semana passada, a outro profissional de comunicação. Uma das linhas de investigação, precisamente, é que o verdadeiro alvo seria o proprietário anterior do carro.

“Estamos trabalhando para esclarecer o tema. Temos várias hipóteses e estamos analisando o trabalho que ele fazia em seu caráter de comunicador”, afirmou o delegado Jorge Vidallet, em entrevista coletiva. Álvarez trabalhava na rádio Urundey 103.3 FM, onde atuava como produtor pela manhã e apresentador à tarde.

Segundo colegas de trabalho, o programa conduzido pelo jornalista não costumava abordar temas polêmicos, como os relacionados às máfias locais. A emissora pertence ao deputado governista Juan Silvino Acosta, do Partido Colorado. A cidade de Pedro Juan Caballero tem histórico de atentados contra profissionais da área da comunicação.

Ameaça

Em declarações ao jornal Última Hora, o também jornalista Rubén Valdez, que vendeu o carro para Álvarez, reconheceu ter recebido, meses atrás, uma ameaça via telefone, mas disse ter interpretado a mensagem como um mal-entendido.

Questionado sobre se tem medo de continuar trabalhando na fronteira seca entre Brasil e Paraguai, Valdez respondeu de forma afirmativa aos colegas jornalistas. “Sim, e vocês também têm medo. Todos temos medo. Estamos em Pedro Juan Caballero, uma zona vermelha, e isso não podemos negar”, lamentou.

Alex Álvarez tinha 40 anos e deixou três filhos, sendo dois meninos e uma menina, que tem apenas 5 anos. Além do trabalho na emissora de rádio, ele era tecladista e integrante de vários grupos musicais na região de Pedro Juan.

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