A usina binacional Yacyretá (argentino-paraguaia) informou que nesta quinta-feira, 27, mais de 50 barcaças carregadas de grãos seguirão para os portos da Argentina e Uruguai.
Essas barcaças, puxadas por rebocadores, já atravessaram a eclusa e esperavam aumentar o nível do Rio Paraná, abaixo da usina, para seguir viagem.
O aumento da vazão do Rio Paraná foi graças a um acordo entre o Brasil, a Argentina e o Paraguai.
Pelo acordo, as usinas brasileiras instaladas na bacia do Rio Paraná liberaram água suficiente para Itaipu aumentar a produção.
A água turbinada (que gerou energia) foi suficiente, de início, para possibilitar que as barcaças atravessassem a eclusa de Yacyretá. Nesta quinta e na sexta-feira, o nível do rio, abaixo da usina, subirá o suficiente para garantir a navegação pela hidrovia.
ÁGUA EM PUERTO IGUAZÚ
O aumento da vazão do Rio Paraná teve um “efeito colateral” positivo. O Rio Iguaçu, represado pelo “Paranazão”, aumentou seu nível na área abaixo das Cataratas.
Com isso, a empresa de saneamento que abastece Puerto Iguazú já pôde normalizar o fornecimento de água, antes prejudicado pelo baixo nível do Rio Iguaçu.
Mas nas Cataratas a vazão não se alterou e continua muito baixa: 335 metros cúbicos por segundo na manhã desta quinta – menos de um quarto da vazão normal – , conforme o monitoramento feito pela Copel.
Abaixo das Cataratas, o Rio Iguaçu estava na quarta-feira, 26, com o nível de 8 metros, enquanto no dia 22 deste mês a altura não passava de 4,5 metros, conforme o portal argentino El Territorio.
Com a normalização do nível do Rio Iguaçu, o Instituto Misionero de Agua y Saneamiento informou que foi possível fazer um reparo na captação do arroio Mboca-í, de onde também é retirada água para atender Puerto Iguazú.
BARCAÇAS AO LARGO
Enquanto as 51 barcaças iniciam viagem rumo aos portos da Argentina e do Uruguai, outras barcaças, puxadas por rebocadores, farão o caminho inverso, em busca de mais cargas.
No total, a operação denominada “Janela de água” vai permitir que o Paraguai escoe 125 mil toneladas de grãos – soja (e derivados) e milho.
A operação prossegue até o último dia de maio, coordenada pelas usinas binacionais Itaipu e Yacyretá, graças ao acordo entre os três países.
É o segundo ano consecutivo em que operações deste tipo precisam ser executadas, já que toda a bacia do Rio Paraná enfrenta uma das mais prolongadas estiagens da história.
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