A Comissão Especial de Cheias (CEC), de Itaipu Binacional, que monitora as bacias dos rios Paraná e Iguaçu, está pedindo aos moradores das áreas afetadas pela cheia que não retornem às suas residências, devido à previsão de aumento no nível dos rios fronteiriços ao longo das próximas 48 horas.
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No caso do Rio Iguaçu, o registro de novas chuvas nas regiões Oeste e Sudoeste do Paraná, na quinta (2) e na sexta-feira (3), está fazendo com que a vazão cresça em locais como Capanema, última estação de medição antes das Cataratas do Iguaçu.
Às 10h, o fluxo no ponto de medição da Companhia Paranaense de Energia (Copel) em Porto Capanema era de 11.600 metros cúbicos por segundo (m³/s), ante 10.600m³/s nas Cataratas. O adicional em Capanema deverá chegar à foz do Rio Iguaçu entre a noite de sexta e a madrugada de sábado (4), contribuindo para a elevação.
A vazão acima da média no Iguaçu faz com que o Rio Paraná fique parcialmente represado no trecho entre o Marco das Três Fronteiras e as imediações da Ponte Internacional da Amizade, atingindo áreas como o bairro San Rafael, em Ciudad del Este, e as partes mais baixas do Cataratas Iate Clube, em Foz do Iguaçu.
Devido às chuvas, Itaipu foi obrigada a abrir uma das calhas de seu vertedouro, para escoar o excedente de água no lago. A manobra no Rio Paraná foi sincronizada com a diminuição da vazão do Iguaçu, de forma a atenuar os impactos do período mais chuvoso de 2023 na região de fronteira.
De acordo com o Boletim Hidrológico emitido por Itaipu (clique aqui para consultar as atualizações diárias), o Paranazão deverá subir entre sexta e sábado, permanecendo acima da cota de 118 metros sobre o nível do mar, patamar dez metros acima da área mais baixa do bairro San Rafael (passarela de pedestres).
Desde o fim de semana, o Rio Paraná já subiu mais de 14 metros, conforme dados da régua de medição da Direção de Meteorologia e Hidrologia (DMH), do Paraguai, posicionada nas imediações da Ponte da Amizade.
Segundo a diretoria paraguaia de Itaipu, cerca de 500 construções ribeirinhas foram atingidas pela cheia, com 85 pessoas transferidas para albergues. No lado brasileiro, em Foz do Iguaçu, apenas uma família, residente em um terreno baixo nas proximidades do antigo Espaço das Américas, teve de deixar sua residência.
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