Ir a Puerto Iguazú é sempre uma aventura. Regra pode mudar a qualquer momento

Burocracia argentina mostra que atravessar a fronteira é para os fortes, os pacientes, os aventureiros.

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Burocracia argentina mostra que atravessar a fronteira é para os fortes, os pacientes, os aventureiros.

Todo dia é um novo dia, para a burocracia argentina. Quem vai a Puerto Iguazú sente isso na carne.

Uma jornalista foi nesta sexta-feira, 3, até o outro lado da fronteira. Ao passar pelo rapaz que a atendeu, no guichê da Aduana, ele lhe disse para ir à tenda sanitária.

Ela lhe respondeu, mais ou menos, que isso não era mais exigido (o teste de antígeno foi abolido ou não?). O atendente lhe disse, então: “Ok, mas quero ver na saída”.

A jornalista saiu sem problemas. “Mas foi sorte”, disse num grupo do Facebook formado por integrantes da Imprensa de Foz. “A cada hora mudam as exigências”, completou.

ONDE SE INFORMAR?

Pois é. E se você procurar alguma informação oficial, antes de ir pra lá e acabar retido e perdendo tempo, não vai encontrar. A Polícia Federal de Foz divulgou uma nota onde informa que não irá mais responder a questionamentos sobre as condições de entrada e saída da Argentina, “devido ao aumento dessa demanda e à possibilidade de alterações das condições sem aviso prévio”.

A PF orienta os interessados a buscar e confirmar informações “diretamente com os órgãos competentes do país vizinho”. E sugere como “fonte de informações” o consulado argentino em Foz.

Ledo engano. O consulado não fornece informações, apenas diz para qual telefone, em Buenos Aires, a pessoa deve ligar. Com o nosso “portunhol”, melhor não arriscar o gasto com DDD internacional.

A NOTA DA PF

Devido ao elevado número de questionamentos sobre o processo de entrada e saída no território argentino nos últimos dias, a Polícia Federal vem a público informar que é competente apenas sobre os processos de entrada e saída no território brasileiro, não tendo expertise nos procedimentos adotados pelo país vizinho.

Desta forma, todo e qualquer questionamento sobre as condições de entrada e saída na Argentina deve ser direcionado para as autoridades competentes daquele país, e não para a Polícia Federal.

Até o momento, como cortesia, a PF vinha tentando orientar sobre o tema baseado em informações repassadas pelas autoridades argentinas. Contudo, devido ao aumento dessa demanda e à possibilidade de alterações das condições sem aviso prévio, orientamos os interessados a buscar e confirmar as informações diretamente com os órgãos competentes do país vizinho.

Uma sugestão de fonte de informações sobre o tema é o consulado argentino em Foz do Iguaçu/PR, cujo telefone é (45) 3574-2969.

ANTÍGENO E PCR

As autoridades da província de Misiones até que são bem intencionadas, já que é interessante receber o quanto mais brasileiros for possível, para ressuscitar a economia de Puerto Iguazú.

Na visita a Puerto Iguazú da ministra da Saúde, Carla Vizzotti, na quinta-feira, 4, ela disse que está sendo analisada a possibilidade de eliminar a exigência de PCR negativo para brasileiros e paraguaios que façam o trânsito vicinal fronteiriço, isto é, que se limitem a ir a Puerto Iguazú.

O pedido foi feito pelo governador Oscar Herrera Ahuad, há alguns dias, depois que foi eliminado o teste de antígeno, que para os iguaçuenses era gratuito.

O portal El Territorio diz que “a exigência do PCR negativo desanimou a passagem à Argentina por Misiones, já que tanto no Brasil como no Paraguai os custos para fazer os testes são elevados”.

Carla Vizzotti não estimou em que data o teste deixará de ser exigido. Disse que “o trabalho a partir de agora é identificar as pessoas que diariamente cruzam a fronteira, que devem ter alguma identificação, porque este tipo de passagem é diferente de alguém que faz turismo”.

FRONTEIRA SECA

Em Bernardo Irigoyen, na fronteira com Dionísio Cerqueira, Barracão e Bom Jesus do Sol, o PCR foi eliminado. Mas lá a fronteira é terrestre, apenas demarcada por uma linha imaginária.

Para o governador, os iguaçuenses, habitualmente, passam a fronteira até duas ou três vezes por semana. E essa pessoa não pode ficar gastando com testes a cada entrada, “então fica lá mesmo (em Foz do Iguaçu)” e a passagem de fronteira não cumpre com seu papel de corredor seguro.

O pedido de Misiones, na verdade, é para que seja eliminado o PCR negativo, nos corredores seguros, e substituído pelo teste de antígeno, que a própria província pagava.

Enquanto a burocracia argentina se debate entre exigir ou não, um jornalista desabafou no seu grupo: “Desanimei de ir visitar Puerto Iguazú”. E ele é um daqueles que ia ao outro lado da fronteira “duas ou três vezes por semana”, nas palavras do governador da província.

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