Investigação mira negócios conjuntos entre PCC e máfia italiana no Paraguai

Apuração tem a participação de órgãos dos Estados Unidos e da Itália, que colaboram com trabalho de inteligência.

Apuração tem a participação de órgãos dos Estados Unidos e da Itália, que colaboram com trabalho de inteligência.

Em matéria publicada nesta segunda-feira (16), o jornal Última Hora, do Paraguai, revela que a atuação conjunta entre a facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e a máfia italiana ‘Ndrangheta está no foco de uma investigação multinacional com a participação de órgãos judiciais e de inteligência de países como Estados Unidos e Itália.

De acordo com a reportagem, que cita dados de um trabalho conjunto entre Agência Antidrogas Norte-Americana (DEA) e Direção Nacional Antimáfia, da Itália, a ‘Ndrangheta “obtém cocaína de fornecedores e contrata o PCC para transportá-la até o porto de Santos, e, a partir daí, chegar até o mercado europeu”.

No tocante ao Paraguai, uma das convergências verificadas pelos investigadores é que a mesma logística – empregada com sucesso para o contrabando de cigarros paraguaios em direção ao Brasil – estaria sendo usada para o transporte da cocaína (obtida em países como a Bolívia) rumo aos portos do litoral brasileiro.

Ilustração feita pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), do Paraguai, para a Operação Olimpo, em 2021.

“Nos documentos manejados nos Estados Unidos e na Itália, está confirmado que o contrabando de cigarros usa a mesma rota da droga e recebe proteção do grupo de narcotraficantes do PCC”, escreve o jornal paraguaio, cuja reportagem na íntegra (em espanhol) pode ser lida clicando aqui.

As investigações, cuja contraparte paraguaia é o Ministério Público, apontam ainda a existência de esquemas para legalização, em casas de câmbio e bancos, do dinheiro obtido com o crime. Muitas das informações não são novas (o jornal recapitula apreensões e operações anteriores), mas revelam um novo interesse sobre o tema.

No último dia 10, o promotor paraguaio Marcelo Pecci, que investigava casos ligados ao crime organizado, foi assassinado a tiros durante lua de mel na Colômbia. Na ocasião, o subsecretário dos EUA para a América Latina, Brian Nichols, colocou o país à disposição para auxiliar nas investigações sobre a morte de Pecci e combater grupos transnacionais.

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