Instabilidade no câmbio e inflação preocupam comerciantes de Puerto Iguazú

Cenário volátil está dificultando a reposição de estoques em vários setores do comércio na cidade fronteiriça.

A disparada do dólar blue (paralelo) registrada nos últimos dias na Argentina, aliada às incertezas em relação à inflação no país, está fazendo com que comerciantes das cidades fronteiriças da província de Misiones, entre elas Puerto Iguazú, enfrentem dificuldades para a reposição de estoques de mercadorias.

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Em reportagem publicada nessa quinta-feira (27), o jornal El Territorio destacou que, apesar do câmbio favorável para atrair consumidores brasileiros e paraguaios, muitos setores do comércio de Puerto Iguazú não conseguem aproveitar o momento, em razão de problemas com os fornecedores.

“Pelo aumento do dólar paralelo, houve um freio ao comércio. Muitos fornecedores não estão vendendo no atacado e os negócios varejistas sofrem com a incerteza de vender e não conseguir repor os produtos nas gôndolas”, descreve o jornal. “Lojas de roupas tomaram a decisão de fechar por uns dias, para ter um panorama mais claro da situação.”

No ramo de alimentos, um dos mais procurados por turistas e moradores que cruzam a fronteira, alguns comerciantes decidiram aumentar os preços e restringir alguns tipos de operação, como as vendas com cartões de crédito.

“Não posso fechar o negócio, mas tomei a decisão de aumentar em 10% os preços. Não estamos neste momento trabalhando com cartões de crédito e aumentamos o valor mínimo para cartões de débito. É tanta a incerteza que não podemos prever o que acontecerá com os preços amanhã”, disse o comerciante Víctor Fernández, em entrevista ao El Territorio.

No caso das lojas de roupas, a chegada de produtos da nova estação está sendo prejudicada por atrasos dos fornecedores e dificuldades para a definição dos preços de produtos importados em dólar. “Temos que comprar roupas da nova temporada, e não temos lista de preços. É desesperador”, relatou a empresária Mariana Segovia.

Cotação

Em locais como a Feirinha, centro de compras e entretenimento frequentado por turistas e moradores da região na área central de Puerto Iguazú, comerciantes optam por tabelar os preços diretamente em reais. Via de regra, R$ 1 está sendo aceito a valor superior a P$ 80 no lado argentino da fronteira.

Na última quarta-feira (26), a cotação do dólar paralelo chegou à inédita marca de P$ 497, em meio a rumores de renúncia do ministro da Economia, Sergio Massa, e de que o governo estaria preparando um pacote com medidas impopulares. O ano de 2023 é eleitoral na Argentina, com a disputa presidencial marcada para o segundo semestre.

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1 comentário
  1. Gabriel angelli Diz

    Até quando os povos de países subdesenvolvidos, acreditarão que regimes socialistas não são os cânceres do mundo?

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