Fronteira poderá ter o primeiro hotel-cassino flutuante da América Latina

Atualmente, o barco está ancorado em Puerto Iguazú, onde enferruja como sucata, mas seria levado a Presidente Franco. Investimento seria de US$ 60 milhões.

Oito anos depois de chegar a Puerto Iguazú, vindo de Buenos Aires com ajuda de dois rebocadores, o navio “Nicolás Mihanovich”, que seria transformado em hotel-cassino, ainda aguarda o que será seu destino. Uma das empresas interessadas em recuperá-lo desistiu de negociar com o governo argentino e agora quer apoio do Paraguai para criar um hotel-cassino na região de fronteira.

A Companhia Geral de Serviços e Turismo, do empresário paraguaio Santiago Lucenti, está negociando com o governo do Paraguai a autorização para instalar em Presidente Franco, não muito longe da segunda ponte, um hotel-cassino flutuante, informa o jornal La Clave.

A embarcação está atracada nas águas do Rio Iguaçu, em Puerto Iguazú, lado argentino da fronteira. O empresário quer transferir o barco para o lado paraguaio e investir US$ 66 milhões (R$ 367 milhões) em uma reforma total, para que volte a ser de luxo como antigamente.

O cônsul paraguaio em Puerto Iguazú, Magno Álvarez, apoia o projeto e já acompanhou o empresário numa reunião com o ministro de Relações Exteriores, Euclides Acevedo, na semana passada. Ele considerou a reunião “auspiciosa”.

Se conseguir autorização, o cassino poderá gerar empregos para 200 pessoas, que receberão capacitação da empresa.

Em 2013, o barco passou pelo porto de Posadas, antes de vir para Puerto Iguazú, onde está há oito anos. Foto iProfesional

A ideia inicial do empresário era executar o projeto em Puerto Iguazú, mas a burocracia argentina fez com que os investidores desistissem. A proposta, na verdade, se arrasta desde 2013, quando chegou a Puerto Iguazú o navio museu “Nicolás Mihanovich”, que devia ser trasladado ao local denominado “600 Hectares”, onde estava prevista a construção de um hotel com 60 quartos, o que não se concretizou.

Em junho de 2014, quase a embarcação desaparece. O navio estava ancorado águas abaixo das Cataratas do Iguaçu, quando as cordas se romperam, devido a uma forte correnteza, e a embarcação viajou sete quilômetros à deriva.

COMO É O BARCO

Como o barco não tem motores, foi trazido de Buenos Aires a Puerto Iguazú por dois rebocadores. O navio havia feito a rota Buenos Aires-Colonia (Uruguai) durante 30 anos, mas deixou de operar devido ao tempo de uso e foi transformado em museu flutuante.

Depois, um estaleiro de Buenos Aires reformou as instalações e o barco virou um hotel-cassino de luxo. A embarcação conta com oito andares, onde estão distribuídas 52 suítes de luxo, piscina, solário e ginásio, salões de eventos e teatro, além de quatro salões para jogos, com máquinas de moedas de última geração.

Três anos depois de abandonado como sucata, o navio já apresentava a deterioração provocada pela falta de manutenção. Foto iProfesional

Já em 2016, três anos depois de sua chegada a Puerto Iguazú, o portal argentino iProfesional noticiava que a embarcação, que faria parte do projeto “Mini Las Vegas”, do Instituto Provincial de Loterias e Cassinos, de Misiones, continuavam se enferrujando frente à costanera da cidade argentina.

O projeto seria desenvolvido em parceria com a Companhia Geral de Serviços e Turismo. No entanto, nada foi pra frente.

Intenção é levar o barco de Puerto Iguazú, onde está, para Presidente Franco, perto da futura Ponte da Integração Brasil-Paraguai. Foto La Clave

iProfessional contava, em 2016, que a deputada argentina Alba Nilsson apresentou projeto para que as autoridades decidissem pelo aproveitamento do barco. E concluía: “Hoje o ‘Nicolás Mihanovich’ está encalhado como sucata, em desuso e sem qualquer atividade verificável. O monumental projeto foi destruído sem maiores explicações por parte dos responsáveis ​​pela gestão e administração do dinheiro da cidade”.

Cinco anos depois deste texto, o barco continua “encalhado como sucata”. Se não houver uma resposta meio rápida das autoridades paraguaias, será difícil até reconhecer no barco aquele que já foi “um luxuoso hotel-cassino flutuante”.

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