Agentes da Interpol e da Polícia Federal Argentina (PFA) prenderam, nessa sexta-feira (2), o empresário argentino D.H.D. e sua esposa, a ex-modelo paraguaia J.V.N.A., apontados como os principais operadores do esquema de tráfico de armas e munições investigado na Operação Dakovo, deflagrada em dezembro de 2023.
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De acordo com o boletim divulgado à imprensa, a captura ocorreu na província de Córdoba, após quase dois meses de incerteza quanto ao paradeiro do casal. D.H.D. é o proprietário de uma empresa de importação utilizada para adquirir armas de fogo na Europa, enquanto J.V.N.A. estaria envolvida na parte administrativa do negócio.
Os dois são requeridos pela Polícia Federal (PF) brasileira, que iniciou as investigações em 2020, na Bahia, após detectar a existência de uma conexão, via Paraguai, entre organizações criminosas do Brasil e de países como a Croácia, onde fica a cidade de Dakovo, que deu nome à operação.
Conforme a apuração, a companhia pertencente ao empresário argentino, com sede em Assunção, era a responsável por importar milhares de armas de fogo produzidas na Europa, que eram registradas em nome de “laranjas” no Paraguai e revendidas para grupos como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).
A Operação Dakovo é considerada o maior procedimento recente de combate ao tráfico de armamentos na América do Sul, com o esquema investigado podendo ter resultado no desvio de mais de 40 mil armas ao mercado ilegal.
Em declarações à imprensa paraguaia, dadas por telefone no período em que esteve foragido, D.H.D. negou envolvimento com o crime organizado e atribuiu a operação contra sua empresa a “erros monumentais” cometidos pelos investigadores brasileiros, que teriam interpretado conversas e documentos de forma errônea.
Novos mandados
Também nessa sexta-feira (2), autoridades do Paraguai cumpriram, na cidade de Capiatá, região metropolitana de Assunção, mandados de busca e apreensão relacionados à Operação Dakovo, resultando na apreensão de armas, munições, celulares, documentos e dinheiro.
Os alvos foram quatro homens de nacionalidade paraguaia, vinculados a uma empresa de caça e pesca que teria sido utilizada como fachada para o repasse de armas a criminosos paraguaios e brasileiros. Os suspeitos foram detidos e postos à disposição do Judiciário do Paraguai.
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