Maior parte das cargas foi de grãos; ramal para Foz do Iguaçu deverá captar cargas do Paraguai e da Argentina.
A Estrada de Ferro Paraná (Ferroeste) movimentou 1.566.200 toneladas de produtos em 2021, volume 13% maior do que no ano anterior (1.382.600t) e 33% superior a 2019 (1.172.000t). Os dados fazem parte do balanço anual que acaba de ser divulgado pela empresa.
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Os grãos, principalmente soja, responderam pela maior parte dos produtos, com 920.339 toneladas transportadas pelos trilhos da Ferroeste – 15% mais que em 2020. Esse fluxo contribuiu para os recordes dos portos do Paraná, de Paranaguá e Antonina, e alavancou a balança comercial.
Em seguida, lideram a movimentação na ferrovia os contêineres com proteína animal. Nesse segmento, destacou-se a carne de porco e frango, in natura e congelada, produtos que conformaram um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano retrasado.
Diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves afirma que os indicadores melhoraram de forma geral, no volume de grãos e no número de contêineres. “O que se traduziu num resultado financeiro cada vez mais positivo”, pontua.
“A produção escoada pelos trilhos da estrada de ferro é oriunda das cooperativas instaladas em Cascavel e municípios da região”, expõe a Agência Estadual de Notícias (AEN). Soja e milho também vêm em caminhões do Mato Grosso do Sul até o terminal.
Desse total:
- 40% ficam em Guarapuava, para beneficiamento; e
- 60% seguem até o Porto de Paranaguá, rumo a outros continentes, em especial a Ásia.
Segundo o informe anual, a Ferroeste teve lucro operacional de R$ 5,4 milhões em 2021, “já descontada a depreciação”, conforme destaca a AEN. Nos anos anteriores, esse saldo foi de R$ 450 mil, em 2019, R$ 1,4 milhão, em 2020.
Nos trilhos de Foz do Iguaçu
Projeto da Nova Ferroeste, conduzido pelo Governo do Paraná, prevê a extensão dos trilhos da ferrovia com ramal ligando Cascavel e Foz do Iguaçu, a fim de fluir a carga do Paraguai e da Argentina. A ampliação ainda ruma para outros dois sentidos: a Maracaju, no Mato Grosso do Sul, e ao Porto de Paranaguá.
O trecho da Ferroeste até a fronteira foi autorizado pelo Ministério da Infraestrutura em dezembro. Ele integra a malha prevista para a estrada de ferro entre o Mato Grosso e o litoral do Paraná, fazendo com que 1,3 mil quilômetros de trilhos conectem Maracaju (MS) a Paranaguá (PR) e as Três Fronteiras.
Pelo projeto, a Nova Ferroeste cortará 41 municípios paranaenses e nove do Mato Grosso do Sul. O investimento será de R$ 29,4 bilhões. As audiências públicas sobre o projeto em todas as regiões do estado estão previstas para o início do próximo ano.
Segundo a gestão estadual, a Nova Ferroeste deve ir a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo no segundo trimestre de 2022. Quem vencer o certame vai executar a obra e explorar o trecho por 70 anos. Autoridades estaduais e federais estão discutindo as normas ambientais que envolvem o projeto.
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