Instituto responsável pela distribuição instalou uma nova bomba, mas queixas de desabastecimento continuam.
“Mendigar água, a penúria dos moradores de Puerto Iguazú.” É o que relata a manchete publicada nesta terça-feira (19) no site da Radio Yguazú 99.9, abordando o drama da falta de água no lado argentino da fronteira. O problema, que é crônico, foi evidenciado durante o feriado prolongado de Semana Santa e Páscoa.
Na ocasião, a chegada de mais de 20 mil turistas, além de inconvenientes como quedas no fornecimento de energia e problemas de pressão no sistema de abastecimento, deixou bairros inteiros com as torneiras secas, o que levou a um protesto de moradores no lado argentino do Marco das Três Fronteiras.
“Puerto Iguazú está em colapso, em todos os sentidos. Chega mais alguém e já fica evidente o colapso, que é sofrido pela população trabalhadora”, queixou-se Ramona Romero, residente no bairro Malvinas, em declarações à Radio Yguazú. “Não lavamos a roupa, não fazemos a limpeza. As escolas estão com aulas, mas sem água.”
Uma das alternativas de alto custo, encontrada por moradores das áreas mais afetadas, é reabastecer a caixa com distribuidores particulares, que percorrem os bairros com caminhões. O Instituto de Água e Saneamento de Misiones (IMAS), responsável pelo serviço, também disponibiliza caminhões-pipa em algumas situações.
Bombeamento
Nesta terça, o IMAS publicou, em suas redes sociais, imagens que mostram a instalação de uma nova bomba para puxar água do Rio Iguaçu e levá-la até a estação de tratamento da Avenida Victoria Aguirre. O equipamento, com capacidade para extrair até 200 mil litros por hora, foi posicionado sobre a estrutura flutuante de captação.
Em 2021, o instituto anunciou investimentos que resolveriam, pelo menos em tese, as demandas da cidade pelos próximos 20 anos. Uma estação de tratamento foi inaugurada em outubro do ano passado, no bairro Santa Rosa. Ainda em 2022, a estação que abastece a área central deve receber melhorias.
Nos últimos 20 anos, o perímetro urbano de Puerto Iguazú vem passando por acelerada expansão, com o surgimento de bairros mais afastados do núcleo original. O período coincide com uma sequência de graves crises econômicas, que afetaram a capacidade de investimento em áreas como saneamento e energia.
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