Estudo feito na região de Puerto Iguazú aponta que 97% dos veículos ultrapassam a velocidade máxima permitida em áreas protegidas.
O mais recente atropelamento de uma onça, ocorrido na quarta-feira (13), na estrada que atravessa o Parque Nacional Iguazú, voltou a acender o alerta quanto à necessidade de combater o excesso de velocidade nas rodovias que passam por áreas protegidas na Argentina. Por ano, cerca de três mil animais silvestres morrem atropelados na província de Misiones.
Estudo feito pela organização não governamental Red Yaguareté, que instalou radares próprios na Rodovia Nacional nº 12, no trecho que engloba o Parque Nacional Iguazú e o Parque Provincial Puerto Península, aponta que 97% dos veículos que trafegam pela área desobedecem à sinalização de velocidade máxima de 60km/h.
Para mitigar o problema, a entidade propõe a construção de portais na entrada e na saída dos trechos protegidos. Equipamentos instalados nos pórticos fariam a leitura da placa e a cronometragem do tempo que o veículo levou de um ponto a outro, calculando a velocidade média e sinalizando às autoridades policiais os infratores.
Atualmente, a Rodovia Nacional nº 12 (que liga Puerto Iguazú ao restante do território argentino) e a Rodovia Nacional nº 101 (que dá acesso à entrada das Cataratas e ao aeroporto da cidade) são sinalizadas com placas, pinturas no chão e redutores de velocidade, que têm sido insuficientes para evitar situações como a de quarta-feira.
Já a Administração de Parques Nacionais (APN), responsável pela gestão de unidades como o Iguazú, reconhece a existência do problema, mas enfatiza a necessidade de construção de mais túneis ou passarelas com terra e vegetação, para facilitar a travessia dos animais e criar pontos para o monitoramento dos hábitos das espécies.
Recentemente, a APN firmou convênio com a Agência Nacional de Segurança Viária (ANSV), da Argentina, para implantar mecanismos para o controle de tráfego nas rodovias e caminhos que atravessam ou margeiam áreas protegidas. O valor inicial disponível é de US$ 121 mil (R$ 655 mil na cotação de 15/7).
O órgão governamental recorda que, na área do Parque Nacional Iguazú, a velocidade máxima permitida varia entre 40km/h e 60km/h, com o motorista devendo respeitar a sinalização indicativa, redobrar os cuidados à noite e esperar até que o animal complete a travessia, evitando artifícios como o uso de luz alta ou buzina.
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