Estudo mostra perdas milionárias provocadas pela fila na aduana argentina

Cálculos têm como base levantamento encomendado pela Câmara de Comércio de Puerto Iguazú, divulgado nesta semana.

Cálculos têm como base levantamento encomendado pela Câmara de Comércio de Puerto Iguazú, divulgado nesta semana.

A cidade de Puerto Iguazú estaria perdendo US$ 374 milhões (R$ 1,9 bilhão) por ano com as filas para a travessia da Ponte Tancredo Neves, provocadas pela demora na passagem pela aduana argentina. É o que calcula a Associação da Hotelaria, Gastronomia e Afins de Iguazú (AHGAI), com base em estudo divulgado nesta semana.

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A pesquisa, encomendada pela Câmara de Comércio de Puerto Iguazú, trouxe como dado impactante o fato de que 46% dos entrevistados, entre moradores da região trinacional e turistas, admitiram que desistiram de cruzar a fronteira em razão da espera, que pode chegar a mais de duas horas de duração.

Analisando os dados do estudo (clique aqui para saber mais sobre as fórmulas utilizadas), técnicos da AHGAI chegaram à seguinte estimativa de perda de faturamento anual por setor:

Alimentos e Bebidas: US$ 120 milhões (R$ 607,5 milhões);
Gastronomia: US$ 105 milhões (R$ 531,6 milhões);
Turismo: US$ 60 milhões (R$ 303,8 milhões);
Hotelaria: US$ 20 milhões (R$ 101,2 milhões);
Outros setores: US$ 69 milhões (R$ 349,3 milhões).

A projeção fica ainda mais chamativa se considerada a perda por habitante. Levando em conta a população de 80 mil moradores, os US$ 374 milhões que deixam de entrar na economia de Puerto Iguazú representariam quase US$ 4,7 mil (R$ 23,8 mil) per capita a menos, cifra que, se bem distribuída, poderia trazer um salto na qualidade de vida.

Empresários e autoridades locais têm plena consciência da importância de dinamizar a passagem pela Ponte Tancredo Neves. O maior entrave está em Buenos Aires, onde o governo federal não vê com bons olhos propostas como a criação de um “corredor turístico” ou a transferência da aduana para um lugar mais afastado da cabeceira.

Os argumentos para manter o rigor nos moldes atuais estão relacionados a questões de segurança nacional, como impedir a entrada ou a saída de foragidos da Justiça, e tributárias, dificultando o contrabando em direção aos países vizinhos e restringindo a entrada de produtos ilegais em território argentino.

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