A estiagem que afeta as condições de navegação na hidrovia dos rios Paraná e Paraguai é fonte de grande preocupação entre os exportadores paraguaios, que escoam cerca de 80% de suas vendas de grãos pelo modal fluvial. Nos últimos dias, o “Paranazão” oscilou para baixo no trecho fronteiriço entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este.
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Posicionada nas imediações da Ponte da Amizade, a régua usada como parâmetro pela Direção de Meteorologia e Hidrologia (DMH) do Paraguai aponta 8m55 nesta terça-feira (10), aumento na comparação com os 6m30 da segunda-feira (9). Na média desde o início do ano, no entanto, o rio tem variado entre 6m25 e 7m35 na maior parte dos dias.
O nível mínimo histórico foi registrado em abril de 2021, com 2m71. Por ora, as condições de navegação no trecho entre as usinas de Itaipu (Brasil–Paraguai) e Yacyretá (Paraguai–Argentina) ainda não foram afetadas, mas a possibilidade de que a estiagem continue até meados de março faz com que os exportadores já pensem em alternativas.
No Rio Paraguai, que vem sofrendo com a seca em toda a extensão de seu curso, que nasce na região do Pantanal e cruza o território paraguaio de Nordeste a Sudoeste, o nível medido em Assunção está 25 centímetros abaixo do chamado “zero hidrométrico”, que garante condições para a navegação segura no trecho até a confluência com o Rio Paraná.
Não por acaso, além da redução da capacidade de carga das embarcações, empresários do setor fluvial estão atrasando a saída das barcas ou formando comboios para trafegar pelas áreas mais críticas, o que aumenta o tempo de viagem e os custos envolvidos.
Em entrevista ao jornal La Nación, Esteban dos Santos, representante do Centro de Armadores Fluviais e Marítimos (Cafym), cobrou do governo paraguaio ações emergenciais de dragagem do Rio Paraguai, de forma a assegurar o fluxo de entrada e saída de mercadorias pelos rios do país.
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