Estiagem no Paranazão força hidrelétrica a reduzir produção

Binacional Yacyretá, compartilhada por Paraguai e Argentina, está gerando pouco mais da metade do volume habitual.

A estiagem no Rio Paraná está obrigando a usina hidrelétrica de Yacyretá, localizada 400 quilômetros ao sul de Itaipu, a reduzir a pouco mais da metade seu ritmo de produção. Das 20 turbinas, apenas 12 geram eletricidade para o abastecimento dos mercados de Argentina e Paraguai.

Em julho, devido às condições desfavoráveis do rio, Yacyretá produziu cerca de um terço a menos que no mesmo período do ano passado. No início de agosto, a geração média vem sendo mantida em 1,1 mil megawatts/hora (MW/h), metade do volume habitual e bem abaixo dos 3,2 mil MW/h de capacidade instalada.

Da energia de Yacyretá, de 85% a 90%, em média, são consumidos pela Argentina. A redução na produção pode levar o país a acionar fontes mais caras e poluentes, como termelétricas, ou tentar a importação de eletricidade de vizinhos como Brasil e Uruguai, que estão passando pelo mesmo problema.

A estiagem afeta também a navegação pela hidrovia. Mesmo com a eclusa em funcionamento, muitas das embarcações carregadas com grãos encontram dificuldades para chegar até a barragem ou seguir em direção a portos como Rosário, onde a operação de barcos de grande porte está temporariamente inviável.

Atualmente, oito em cada dez toneladas da safra argentina de grãos são exportadas pela hidrovia, com alternativas como ferrovias e rodovias elevando o custo do frete. Pelo menos até o fim de setembro, a previsão é que a escassez de água continue, com chuvas abaixo da média histórica em toda a bacia dos rios Paraná e Paraguai.

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