Estiagem em hidrovia prejudica envio da safra de grãos no Paraguai

Diminuição do volume dos rios que levam aos portos da Argentina e do Uruguai está dificultando a passagem das embarcações.

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A estiagem histórica que atinge a bacia do Rio Paraguai, que nasce em território brasileiro e atravessa o país vizinho até a foz no Rio Paraná, está afetando as exportações paraguaias de grãos. Para minimizar o problema, uma das alternativas é reduzir o volume de carga por embarcação, o que eleva o valor do frete.

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De acordo com o jornal La Nación, somente na região de Pilar, cidade localizada nas proximidades da confluência entre os rios Paraguai e Paraná, pelo menos 12 comboios de barcas estão parados, à espera da melhora das condições de navegação.

“O Rio Paraná está em condições melhores para o transporte de mercadorias, mas temos restrições ao calado no Rio Paraguai, o que significa que as embarcações que estão descendo a correnteza estão transportando abaixo de sua capacidade”, explicou Juan Carlos Muñoz, diretor do Centro de Armadores Fluviais e Marítimos (Cafym).

Atualmente, o Paraguai exporta 80% de sua produção através da hidrovia, tendo como destino portos da Argentina ou do Uruguai, onde é feita a transferência das cargas para embarcações marítimas. O trajeto pelos rios é importante também para a chegada de produtos e insumos em território paraguaio.

Cidade isolada

Na Região Norte do país, no bioma conhecido como Pantanal Paraguaio, a cidade de Bahía Negra está isolada devido à estiagem do Rio Paraguai. Com o volume de água muito abaixo das condições consideradas seguras, os barcos que transportam itens de primeira necessidade, como os alimentos, não conseguem chegar ao porto local.

Para complicar, um temporal recente fez com que a estrada de terra que leva até a cidade esteja intransitável. “Temos dois trechos com problemas, os veículos pesados não podem passar. Estamos presos, pois não podemos navegar pelo rio e a estrada não está em boas condições”, afirmou o prefeito, João Ferreira, citado pelo La Nación.

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