A polícia da Espanha apreendeu na manhã desta segunda-feira, 18, 2.065 quilos de cocaína, que estavam escondidos em sacos de carvão importado do Paraguai, informa o jornal ABC Color.
A apreensão é similar à feita em outubro deste ano num porto privado da região metropolitana de Assunção. Ali, foram descobertos 2.327 quilos de cocaína, também escondidos em sacos de carvão, num contêiner que seguiria para o porto de Antuérpia, na Bélgica, de onde a droga seria distribuída a outros países europeus e a Israel.
Com base em informações de agências internacionais, o ABC Color contou que a polícia espanhola prendeu 12 pessoas e já tem informações de que os principais membros da quadrilha de traficantes estavam no Brasil e no Paraguai quando planejaram e concretizaram a operação de tráfico.
O coordenador administrativo de Investigação Aduaneira do Paraguai, Nelson Báez, disse que a operação espanhola está sendo desenvolvida há vários meses e que autoridades paraguaias estão a par das investigações. Segundo ele, há paraguaios entre os detidos na Espanha.
A agência espanhola EFE noticiou que a atuação policial foi desenvolvida em sete províncias da Espanha, inclusive Madri. A polícia disse que os integrantes da organização criaram empresas com a intenção de simular importações legais de mercadorias como carvão, arroz, melaço e aparelhos sanitários.
A organização começou sua atividade pelo Porto de Barcelona, por onde introduziu dezenas de contêineres de carvão vegetal. Mas, devido a problemas logísticos provocados pela pandemia, teve que fechar essa porta de entrada e transferiu sua infraestrutura e logística para o porto de Algeciras, no sul da Espanha, informa o ABC Color.
Os investigadores espanhóis interceptaram mais de 100 linhas telefônicas e analisaram quase 200 contêineres importados de portos do Brasil e Paraguai pela Espanha.
Foi num dos contêineres provenientes do Paraguai que foram encontrados 63 fardos que transportavam 2.065 quilos de cocaína escondidos entre 40 toneladas de carvão vegetal.
APREENSÃO NO PARAGUAI
Quando da apreensão dos 2.906 quilos de cocaína prensada no Paraguai – a maior da história, como ressalvou a polícia na época -, foram presos e processados dois homens: o empresário Alberto Ayala Jacquet e Cristian Turrini, ex-diretor da TV Pública do Paraguai.
O coordenador administrativo de Investigação Aduaneira, Nelson Báez, disse nesta segunda ao ABC Color que desde o início já se imaginava que a organização era muito grande. Mas, com a nova quantidade da droga encontrada na Espanha, confirma-se que a capacidade dos narcotraficantes aumentou consideravelmente, em relação a anos anteriores.
“Evidentemente, há uma situação preocupante a nível regional, sobretudo pelas quantidades mobilizadas. Estamos vendo três toneladas, quando anteriormente tínhamos apreensão de 300 a 400 quilos, na média. Há uma superprodução de droga e ampliação da capacidade das organizações”, concluiu Báez.
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