Pela primeira vez, o Paraguai superou mais de 2 mil casos em 24 horas. No informe de terça-feira, 9, o Ministério de Saúde Pública registrou 2.125 casos positivos, o que elevou o total da pandemia, até agora, para 171.985 contagiados.
Outras 17 pessoas morreram, e o total passou para 3.360 vítimas. O detalhe é que, nos últimos informes, tem aumentado o número de óbitos de pessoas mais jovens. Das 17 pessoas que morreram nas 24 horas de terça para quarta-feira, 9, quatro tinham idades entre 20 e 39 anos; sete, entre 40 e 59 anos; e 14 tinham 60 anos ou mais.
“Se no início os falecidos eram só pessoas da terceira idade, nos últimos temos aumentou consideravelmente a cifra de pessoas relativamente jovens que perderam a vida por causa do vírus”, destaca o jornal La Nación.
ALERTA VERMELHO
Desde o início da semana, o Paraguai está em alerta vermelho “devido ao aumento sustentável e recorde de contágios por covid-19 registrados nos últimos dias”, como anunciou a Diretoria de Vigilância da Saúde.
Nos últimos oito dias, foram registrados 10.635 casos e 142 mortes, o que dá uma média diária, respectivamente, de 1.329 casos e 18 óbitos.
Outro recorde é do número de internados: há 1.250 pacientes hospitalizados, dos quais 324 estão em unidades de terapia intensiva. O Paraguai conta com 304 leitos de UTI nos hospitais públicos e 202 nos hospitais privados, de acordo com a agência de notícias alemã DW.
O custo de um leito em hospital particular é de US$ 5 mil por dia, que o governo precisa pagar quando não tem leitos para oferecer.
Ao anunciar o alerta vermelho, a Vigilância de Saúde do Paraguai pediu à população que observe as medidas sanitárias, como distanciamento social, uso de máscaras, lavagem de mãos com sabão e manutenção dos ambientes bem ventilados, advertindo que “nas próximas duas semanas poderá ocorrer uma iminente sobrecarga nos hospitais”.
CIUDAD DEL ESTE
O “mapa de risco” de covid-19 no Paraguai mostra que, nos últimos 14 dias, houve alta incidência de casos na capital, Assunção, e nos municípios de Ayolas, Caazapá, Concepción, Encarnación, Lambaré, Obligado, Pilar, San Bernardino, San Ignacio, San Juan Bautista, San Lorenzo e Villa Elisa.
Segundo o Ministério de Saúde Pública, “Ciudad del Este apresenta uma ativa segunda onda da epidemia, e em alta”, e deve ser considerada uma área para fortalecer as medidas de prevenção.
O governo do presidente Mario Abdo Benítez é alvo de manifestações públicas exatamente por não conseguir ter dado uma resposta eficiente à crise da pandemia. Hospitais públicos não contam com medicamentos e insumos necessários e o país não teve resultado positivo na busca de vacinas.
Mesmo com a elevação dos casos e dos óbitos, nos últimos dias, a situação sanitária do Paraguai é bem melhor do que a do Brasil e da Argentina, por exemplo. O grave problema é que o país não está preparado para esta segunda onda da pandemia, com hospitais lotados e falta de recursos em todas as áreas de atendimento à saúde.
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