Em meio à queda de braço entre governo do Paraguai e empresas de transporte coletivo, tendo como pauta a concessão de subsídios estatais para custear o serviço, observadores internacionais temem que os cidadãos do país enfrentem, no próximo dia 30, dificuldades para participar das eleições.
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Em entrevista à rádio Monumental AM, a chefe-adjunta da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE-UE), Tânia Marques, expressou que “o Estado deve facilitar aos eleitores o transporte até os locais de votação”, para evitar situações como a ocorrida em 2021 no Chile.
Na ocasião, partidos e organizações sociais denunciaram a retirada das frotas de ônibus de bairros da capital Santiago, onde o então candidato Gabriel Boric (atual presidente do país) apresentava melhor desempenho nas pesquisas. Para contornar a escassez, populares articularam caronas para transportar eleitores com dificuldades.
No caso do Paraguai, além da disputa atual por subsídios, existem problemas crônicos: o transporte público nas principais cidades, que já é considerado insuficiente nos dias de semana, costuma ser ainda mais escasso em dias como domingos e feriados, com poucos horários e frequentes queixas de descumprimento de itinerários.
O temor manifestado pela população é de uma regulada (expressão usada para nomear a retirada deliberada dos ônibus das ruas) ainda maior no dia 30, afetando a participação eleitoral de moradores das regiões metropolitanas de Assunção e Ciudad del Este, onde é comum residir em um município e votar em outro.
No início de abril, após anúncio de paralisação parcial do sistema de transporte na região de Assunção, o governo do Paraguai foi obrigado a colocar 60 ônibus extras nas ruas, que circularam com passagem gratuita pelos principais eixos viários. A adoção de medida similar no domingo eleitoral é alvo de análises do Executivo.
No dia 30, os 4,8 milhões de eleitores paraguaios irão às urnas para a escolha do presidente, vice-presidente, governadores, senadores, deputados nacionais e deputados regionais. O pleito será observado por missões como a da União Europeia, que conta com equipe de 120 integrantes para acompanhar o processo nas diferentes regiões do país.
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