Às 20h10 deste domingo (19), o candidato governista Sergio Massa (Unión por la Patria) subiu ao palanque do comitê de campanha, em Buenos Aires, para reconhecer sua derrota no segundo turno das eleições presidenciais na Argentina.
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O reconhecimento de Massa veio ainda antes da divulgação dos primeiros resultados oficiais por parte da Comissão Eleitoral Argentina, tendo como base os boletins preliminares coletados pelos partidos, que apontariam diferença de cerca de 13 pontos percentuais entre os postulantes.
Massa agradeceu ao apoio dos eleitores e disse que telefonou para Javier Milei (La Libertad Avanza) para felicitá-lo pela vitória. Afirmou, ainda, que encerrará a atual etapa de sua vida pública, mas trabalhará em conjunto com o presidente Alberto Fernández para a transição até o futuro governo, que terá início já no dia 10 de dezembro.
As declarações de Massa foram celebradas no quartel-general de Milei, montado no Libertador Hotel. Dirigentes políticos que declararam apoio ao candidato no segundo turno, como o ex-presidente Mauricio Macri e a presidenciável Patricia Bullrich, foram vistos entrando no prédio, do qual havia uma multidão do lado de fora às 20h.
Javier Milei
Por volta das 21h55, Javier Milei subiu ao palanque do quartel-general acompanhado pela irmã, Karina Milei, para pronunciar o discurso da vitória.
“Hoje começa a reconstrução da Argentina. É uma noite histórica para a Argentina, muito obrigado a todos os que vieram e a toda a equipe que trabalhou, durante dois anos, para o que país tenha um presidente de ideal libertário”, afirmou Milei, agradecendo também a Macri e Bullrich pelo apoio.
“Hoje começa o fim da decadência argentina. Hoje começamos a virar a página da nossa história e voltamos a retomar o caminho do qual nunca deveríamos ter saído. Hoje termina o estado empobrecedor, cujo dinheiro é usado para ser repartido entre os amigos”, discursou o eleito. “Basta do modelo empobrecedor da ‘casta’, hoje voltamos a abraçar o modelo da liberdade, para voltar a ser uma potência mundial.”
Milei fez também um chamado para que os dirigentes das diferentes correntes políticas colaborem com o governo. “Sempre que vocês queiram se somar à mudança que a Argentina precisa, serão bem-vindos”, disse o presidente eleito, cujas bancadas são minoritárias na Câmara dos Deputados e no Senado.
O libertário reconheceu o tamanho do desafio e disse que é preciso pressa. “Se não avançarmos rápido para onde queremos que a Argentina vá, nos dirigiremos à pior crise da nossa história”, apontou.
Alberto Fernández
“O povo expressou sua vontade. Milhões de argentinas e argentinos foram votar e definiram o destino da pátria pelos próximos quatro anos”, escreveu o presidente Alberto Fernández, em seu perfil oficial na rede social X (antigo Twitter).
“Sou um homem da democracia e o que eu mais valorizo é o veredicto popular. Confio que amanhã mesmo poderemos começar a trabalhar com Javier Milei para garantir uma transição ordenada”, expressou.
“Agradeço ao Sergio Massa e ao Agustín Rossi (vice) pela campanha. Valorizo todo o trabalho que fizeram. Junto com a enorme força da militância, sua grande capacidade e amor pela pátria, fizeram com que grande parte do país os acompanhasse”, complementou o presidente, que continuará no cargo até 10 de dezembro.
“Da minha parte, continuarei trabalhando para fortalecer a democracia e as instituições da república, em unidade com todos os setores que integram o movimento nacional que sempre lutará por uma pátria justa, livre e soberana”, concluiu Fernández. “Não viemos inventar nada. Viemos fazer as coisas que a história demonstrou que funciona.”
Lula
Também na rede social X, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, publicou que “a democracia é a voz do povo, e ela deve ser sempre respeitada. Meus parabéns às instituições argentinas pela condução do processo eleitoral e ao povo argentino que participou da jornada eleitoral de forma ordeira e pacífica.”
“Desejo boa sorte e êxito ao novo governo. A Argentina é um grande país e merece todo o nosso respeito. O Brasil sempre estará à disposição para trabalhar junto com nossos irmãos argentinos”, afirmou Lula.
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