Os US$ 500 mil (R$ 2,7 milhões) que estavam em uma maleta roubada de dois brasileiros, na manhã dessa sexta-feira (25), em Assunção, não foram declarados pelo portador no momento da entrada no Paraguai. A informação foi confirmada pelo chefe de Investigação da Polícia Nacional em Assunção, Hugo Díaz, em declarações à imprensa local.
“Estamos distribuídos em várias frentes para coletar a maior quantidade possível de informações. Segundo os documentos que temos, o dinheiro foi declarado na Turquia, mas não no Paraguai”, disse o investigador, citado pelo jornal La Nación.
Uma das vítimas, que é empresário, desembarcou no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, região metropolitana de Assunção, após viagem à Turquia. Ele estava em uma caminhonete com outro brasileiro, que foi buscá-lo, e com um funcionário da Direção Nacional de Aeronáutica Civil (Dinac), que estaria prestando um serviço informal de escolta.
Nas imediações da Avenida Santa Teresa, em Assunção, eles foram rendidos por homens que vestiam uniformes similares aos da Polícia Nacional e disseram ser agentes do Departamento de Delitos Econômicos. As vítimas foram abandonadas na periferia. A caminhonete usada na abordagem foi localizada horas mais tarde, também abandonada.
“Segundo a versão proporcionada pela vítima [o empresário], os assaltantes estavam em seis, vestindo uniformes parecidos com o da polícia e cobrindo o rosto com capuzes. A vítima não tem empresas no Paraguai. O dinheiro era para pagar fornecedores no Brasil. Ele disse que não declarou porque estava em trânsito”, afirmou Díaz.
Já Miguel Vega, funcionário da área de Resguardo da Direção Nacional das Aduanas (DNA) no aeroporto, informou que não há nenhum registro, no mês de novembro, de passageiros que tenham declarado uma quantia tão alta no momento do ingresso ao país. A lei paraguaia estabelece que valores acima de US$ 10 mil precisam ser informados.
Félix Kanazawa, titular da Dinac, determinou a abertura de um procedimento interno para apurar a suposta escolta feita por um servidor da instituição. Em declarações ao jornal ABC Color, Kanazawa negou ter conhecimento da prática, que aconteceria também em outras estações aéreas do país.
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