Deputado paraguaio propõe “legalizar o roubo”, já que governo “não deixa trabalhar”

O deputado Jorge Britez diz que o país está vivendo uma “anarquia” e que as pessoas precisam de uma resposta para levar sustento à família.

O polêmico deputado paraguaio Jorge Britez, que já fez campanha contra o uso de máscaras cirúrgicas, agora promete lançar um projeto que poderia se chamar “Robin Hood”, segundo ele, para legalizar o furto de até certa soma de dinheiro, noticia o jornal ABC Color.

Segundo o deputado, diariamente se lê sobre autoridades que se dedicam a roubar, o que daria o direito de os cidadãos também fazerem isso. “De repente, até certa quantidade, se pode permitir”, propôs, de forma irônica.

Para Britez, o país está vivendo uma “anarquia”, e é preciso dar uma resposta às pessoas que precisam garantir o sustento de suas famílias.

A um jornalista que classificou seu possível projeto como absurdo, Britez respondeu que “absurdo é que o governo não permita que as pessoas trabalhem”, referindo-se às medidas restritivas em vigor, para evitar a propagação do coronavírus.

É preciso “legalizar o furto de quem roubou das pessoas, a partir daí elas conseguem algo para amenizar a situação”, disse o deputado, fazendo referência ao clã Zacarías Irún, acusado de “saquear” a prefeitura de Ciudad del Este por mais de 18 anos. Jorge Britez foi eleito pelo departamento de Alto Paraná, cuja capital é Ciudad del Este.

POLÊMICAS

Neste período de pandemia, Jorge Britez já se envolveu em outras polêmicas, lembra o ABC Color. Em junho do ano passado, tirou a camisa, em plena sessão virtual, ao defender a reativação da economia em Alto Paraná.

Ante as críticas, comentou: “Vocês se escandalizam por uma camisa, mas dilapidaram por 18 anos o povo de Alto Paraná e o povo de Ciudad del Este. Eu posso comprar outra camisa, mas a pessoa que perde seu trabalho e sua saúde não pode recuperar”, manifestou-se, dirigindo-se as seus pares.

Em dezembro, apresentou um projeto de lei para modificar a lei que obriga ao uso de máscaras cirúrgicas em lugares abertos, públicos ou privados, por considerá-la “arbitrária”. Segundo sua proposta, o uso de máscaras deve ser de forma consciente e responsável, não por imposição.

A foto dele, segurando um cartaz com os dizeres “tapaboca no” (não ao uso de máscara), virou motivo de muita gozação na Internet.

Queima de máscaras em via pública, numa manifestação “vexaminosa”, como diz o ABC Color.

Ainda em dezembro, o deputado fez uma “manifestação” em Ciudad del Este, em que ele e alguns partidários queimaram máscaras numa via pública.

Ao fundo, ouvia-se um megafone em que uma voz de homem instava os presentes a queimarem as máscaras, “para respirar e purificar os pulmões com o oxigênio que extraímos do ambiente”. E mais: “Com esta queima, o que estamos fazendo é queimar todos os bichos, todos os vírus que podem existir e que nós estamos acumulando em nossas bocas”.

O ABC Color, ao noticiar o fato na época, classificou a manifestação como “vexaminosa”.

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