Departamento de Alto Paraná comemora 78 anos de criação

Região do Paraguai que tem Ciudad del Este como capital foi emancipada em 10 de julho de 1945, na fronteira com Brasil e Argentina.

O departamento (estado) de Alto Paraná comemora, nesta segunda-feira (10), seus 78 anos de emancipação. Criada em 10 de julho de 1945, como desmembramento das antigas regiões de Encarnación e San Pedro, a unidade administrativa, cuja capital atual é Ciudad del Este, é a área mais populosa do interior do Paraguai, com 893 mil habitantes.

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O nome Alto Paraná é uma referência ao curso superior do Rio Paraná, que marca a fronteira com o Brasil e a Argentina. Quando criado, englobava também as terras do atual departamento de Canindeyú, emancipado na década de 1970. A primeira capital altoparanaense foi Hernandarias. Ciudad del Este, por sua vez, surgiu apenas em 1957.

Em entrevista ao jornal La Nación, o historiador Cristian Benítez enfatizou que a história do Alto Paraná é muito mais antiga que seu nascimento como unidade administrativa, com registros escritos da instalação, em 1619, de um povoado jesuíta chamado Nuestra Señora del Acaray, no que hoje é o município de Hernandarias.

Nas décadas finais do século 19, a região foi intensamente explorada por madeireiros e ervateiros, que usavam o Rio Paraná como via para o escoamento da produção. Dessa época, data o surgimento de povoações como Tacurú Pucú (em Hernandarias), Itakyry e Domingo Martínez de Irala, além de Presidente Franco, no início do século 20.

As características hoje conhecidas do departamento, como o comércio fronteiriço e a exploração agrícola, começaram a ganhar força a partir da década de 1960, com a inauguração da Ponte Internacional da Amizade, o desenvolvimento de Ciudad del Este, a construção de Itaipu Binacional e a imigração de agricultores de origem brasileira.

Na visão de Benítez, faltam espaços para a valorização e a recuperação da história local. “Para recuperar as identidades, é preciso educação. Sei que em San Alberto estão tratando de trabalhar com a memória oral, mas faz falta uma revisão histórica, criar centros de interpretação. Por que Naranjal se chama assim, se hoje não há laranjas ali?”, exemplifica.

Para ler o artigo publicado no La Nación (em espanhol), com detalhes da história do Alto Paraná, clique aqui.

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