Defensor do nazismo, foragido do Uruguai por roubo, é preso no Paraguai

Pela apologia ao nazismo, ele contava com ordem de captura internacional pela Argentina desde 2019.

Pela apologia ao nazismo, ele contava com ordem de captura internacional pela Argentina desde 2019.

O ex-diretor de um instituto universitário de Punta del Este, fechado pelo governo uruguaio em 2010 por irregularidades contábeis, administrativas e educativas, foi preso em Ciudad del Este

Adolfo Carlos Gutiérrez Soza, hoje com 64 anos fugiu do Uruguai para o Paraguai, onde se escondeu porque havia uma ordem de prisão pelo delito de apropriação indevida.

No Paraguai, ele morou inicialmente em Fernando de la Mora. Ali, ele criou o blog Doutrina Nacional Socialista, no qual desde 2016 fazia apologia ao nazismo, a ideologia nascida na Alemanha que levou milhões de pessoas à morte e envolveu diversos países numa guerra terrível.

Com pseudônimos de “Lobo Solitário” e AGCS, Gutiérrez Soza promovia atitudes racistas e discriminatórias, doutrinando os leitores sobre as “virtudes” do nazismo, que apregoa a superioridade de uma raça.

NOITE DOS CRISTAIS

No blog, uma visão favorável ao massacre dos judeus, que teve seu início em alta escala na Noite dos Cristais. Reprodução

Num dos artigos, sob o ponto de vista dos nazistas, ele falava, por exemplo, da “Noite dos Cristais”, um ato de violência organizado em alta escala contra os judeus, o que deu início ao aprisionamento em alta escala em campos de concentração.

Casas e lojas de judeus alemães foram destruídos e saqueados, sinagogas foram incendiadas e os cemitérios judeus foram profanados, uma antecipação de toda barbárie nazista que estava por vir.

Em 2019, um juiz argentino mandou investigar o caso e obrigou o Google, depois de diversas tentativas, a identificar a autoria dos responsáveis pelos artigos.

Embora no blog constasse que era “editado nos Estados Unidos, por cidadãos americano” e sob a proteção da Primeira Emenda da Constituição daquele país,o Google identificou o endereço IP de Gutiérrez Soza em Fernando de La Mora.

Artigos defendiam a ideologia que levou à morte milhões de judeus, entre outras etnias consideradas inferiores pelos adeptos do nazismo.

A seguir, o juiz pediu à Interpol que detivesse o uruguaio e que fosse extraditado à Argentina, onde seria preso por apologia ao racismo, à xenofobia e à discriminação racial e religiosa.

A Polícia Nacional do Paraguai prendeu Gutiérrez Soza no bairro San Isidro, de Ciudad del Este, onde estava morando.

Contra o uruguaio, há dois pedidos de extradição: pelo governo uruguaio, pelas irregularidades na instituição que dirigia; e pela Argentina, pela apologia ao nazismo.

Fontes: Polimpio.com.uy, Infobae e Agencia Nova (Argentina)

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