Cúpula semestral do Mercosul tem início nesta quarta (20) no Paraguai

Após dizer que não participaria, presidente Jair Bolsonaro fala em viagem “bate e volta” para o segundo dia do evento.

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Após dizer que não participaria, presidente Jair Bolsonaro fala em viagem “bate e volta” para o segundo dia do evento.

Tem início nesta quarta-feira (20), em Luque, região metropolitana de Assunção, a 60ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, com a presença confirmada dos presidentes Mario Abdo Benítez (Paraguai), Alberto Fernández (Argentina) e Luis Lacalle Pou (Uruguai). Jair Bolsonaro, que tinha dito que não iria, está reconsiderando a decisão.

O primeiro dia do evento será dedicado às reuniões técnicas, com a participação de ministros, secretários e integrantes das câmaras temáticas do bloco. Os chefes de Estado entrarão em cena na quinta-feira (21), para a finalização dos compromissos, debates de natureza diplomática e assinatura de documentos conjuntos.

Em declarações ao canal de notícias CNN, o presidente do Brasil disse que foi convencido a participar da cúpula e pode fazer uma viagem “bate e volta” ao país vizinho. Na imprensa paraguaia, a presença de Bolsonaro é dada como certa. A Polícia Nacional do Paraguai já recebeu ordens para preparar o esquema de segurança.

Segundo Julio César Arriola, ministro paraguaio das Relações Exteriores, a agenda do encontro deve girar em torno de temas como a aplicação da Tarifa Externa Comum (TEC), o regime de origem de matérias-primas, a rediscussão do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) e o relacionamento com parceiros externos.

No caso da TEC, um dos focos de tensão é a decisão unilateral brasileira de reduzir, até o fim do ano, a alíquota que deveria ser padrão para todos os países do bloco. O argumento sustentado por Paulo Guedes, ministro da Economia, é a necessidade de combater a inflação e evitar o desabastecimento de produtos importados.

Outro tema espinhoso é a pressão uruguaia para negociar, com a China, um acordo de livre comércio “diferenciado” em relação aos demais países do Mercosul. Nessa terça-feira (19), o presidente Luis Lacalle Pou admitiu que as conversações podem ocorrer de forma conjunta, mas lembrou que o Uruguai tem pressa e não pretende “ficar congelado”.

Ao término da 60ª Cúpula de Chefes de Estado, o Paraguai repassará a presidência semestral do Mercosul ao Uruguai. A próxima reunião está prevista para dezembro de 2022 ou janeiro de 2023, em Montevidéu. A Venezuela segue suspensa do bloco.

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