“Crise dos Pneus” afeta produção de veículos na Argentina

Além das dificuldades para a importação, falta de acordo entre empresas e trabalhadores paralisou a fabricação local de pneus.

Além das dificuldades para a importação, falta de acordo entre empresas e trabalhadores paralisou a fabricação local de pneus.

A imprensa argentina vem dando destaque, desde o fim de semana, ao episódio apelidado de “Crise dos Pneus”. Empresas com fábricas no país, como as multinacionais Pirelli e Bridgestone, paralisaram a produção local após impasse quanto ao reajuste dos salários dos trabalhadores do setor.

De acordo com o jornal Clarín, a interrupção na fabricação agrava o quadro de escassez de pneus, sentido desde os primeiros meses do ano na Argentina. O problema inicial foi criado pela falta de dólares no mercado interno, o que fez com que os importadores tivessem dificuldades nas negociações com os fornecedores.

O atual conflito trabalhista, que se arrasta há semanas, levou à redução dos estoques no país. De um lado, o Sindicato Único dos Trabalhadores do Setor de Pneus (SUTNA, na sigla em espanhol), alega que as propostas apresentadas pelas fábricas são insuficientes. Já as empresas argumentam que as margens de lucro estão cada vez menores.

Chamado a intervir, o governo argentino, cujo Ministério do Trabalho já intermediou 35 reuniões entre as partes, fez um chamado à sensatez. “É um conflito que precisa ser resolvido, porque é um setor importantíssimo para a indústria e para a economia em geral”, ponderou Gabriela Cerruti, porta-voz da presidência, citada pela agência Télam.

Uma nova reunião está marcada para quarta-feira (28), na sede do ministério em Buenos Aires. Por ora, montadoras como a Ford anunciaram a paralisação da produção de veículos na unidade de General Pacheco, medida que pode ser seguida também pela Toyota, que fabrica caminhonetes em sua planta industrial na cidade de Zárate.

Fronteira

Na província fronteiriça de Misiones, o panorama é de indefinição. Em entrevista ao portal Misiones Online, Víctor Fontana, representante dos comerciantes do setor, disse que, em razão dos prazos maiores para a renovação dos estoques, algumas empresas estão restringindo as quantidades por cliente.

“Estamos vindo de um período bastante importante de falta de pneus importados, e agora a produção nacional paralisou. […] Não sei o que os colegas estão fazendo, mas se um cliente vier e me pedir 20 pneus vou vender apenas quatro, para conseguir atender também aos demais clientes”, afirmou.

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