Comissão do Congresso do Paraguai divulgou relatório parcial das investigações sobre o contrabando na fronteira.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura, no Congresso do Paraguai, denúncias de lavagem de dinheiro e crimes tributários nas fronteiras do país divulgou, nessa terça-feira (27), um relatório parcial das investigações, tendo como foco um esquema de corrupção na cabeceira paraguaia da Ponte da Amizade.
A apresentação foi coordenada pelo senador Jorge Querey, presidente da comissão. Querey mostrou documentos e vídeos, datados de março de 2021, revelando um sistema de propina para permitir o contrabando de alimentos adquiridos em Foz do Iguaçu pelos paseros (paraguaios que passam mercadorias de um lado a outro da fronteira).
Na ocasião, o Ministério Público do Paraguai chegou a deflagrar a Operação Tartufo, que resultou no indiciamento de cinco funcionários da Direção Nacional das Aduanas (DNA), dois militares da Marinha (Armada) do Paraguai e dois contrabandistas de Ciudad del Este, que aparecem nas imagens “negociando” as apreensões.
“O dinheiro era repartido, uma parte ia para o café e cada um ficava com algo, mas boa parte do dinheiro era levado a algum lugar que não sabemos. Estima-se que entre G$ 300 milhões [R$ 227 mil] e G$ 600 milhões [R$ 454 mil] eram arrecadados por semana”, afirmou o senador, calculando o fluxo financeiro.
“Não vamos generalizar, mas há uma potente estrutura de arrecadação, que não sabemos até onde chega. Espero que o juiz que recebeu todos esses elementos abra novos processos e siga o rastro do dinheiro. O comandante da Marinha e o titular da DNA precisam vir a público para explicar”, ponderou Querey.
Apreensão fake
Em um dos vídeos divulgados pela CPI, é possível ver o momento em que um funcionário aduaneiro pede a uma das pessoas envolvidas no esquema para simular uma apreensão, com o objetivo de não despertar suspeitas. “Você tem algo para me deixar como apreensão? Pode ser qualquer coisa”, justificou o servidor.
A respeito, Emilio Fúster, chefe da Unidade Interinstitucional para a Prevenção, Combate e Repressão ao Contrabando (UIC), disse que o caso revelado pela comissão já era conhecido das autoridades e que as investigações estão sendo aprofundadas pelo Ministério Público, que ainda não apresentou as acusações finais.
Já Carlos Velázquez, comandante da Marinha Paraguaia, reconheceu a existência do problema. “A estrutura do contrabando é superior à que nós temos. Há muitas coisas que não conseguimos solucionar no dia a dia, mas conseguimos avançar nos últimos anos”, admitiu o comandante, em entrevista à Monumental AM, de Assunção.
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[…] Outro fato relevante é o relatório apresentado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso paraguaio, comprovando a existência de um esquema de corrupção na aduana de Ciudad del Este. A denúncia, fartamente documentada com vídeos, foi repercutida pelo H2FOZ na última quarta-feira …. […]