Em 2020, morreram 2.262 paraguaios vitimados pela covid-19; este ano, desde 1º de janeiro até ontem (28 de abril), já morreram 3.934 pessoas no país. O total está em 6.196 óbitos.
Com este resultado, a doença está a caminho de se tornar a primeira causa de óbitos no Paraguai, desbancando outras enfermidades que hoje encabeçam a lista, segundo o diretor de Informação Estratégica em Saúde do Ministério de Saúde Pública, Edgar Tullo, como noticia o jornal Hoy.
As principais causas de mortes ainda são as doenças do sistema circulatório e os diversos tipos de câncer. Em terceiro lugar estão as enfermidades respiratórias.
Em entrevista à Rádio Uno, Edgar Tullo disse que, anualmente, morrem em média 32 mil a 34 mil pessoas no Paraguai, por diversas causas. Técnicos do Ministério de Saúde Pública estão debatendo se a covid-19 pode ser incluída dentro do espectro de mortes por doenças respiratórias.
Mesmo isoladamente, no entanto, a covid-19 vem matando cada vez mais paraguaios, atingindo já a casa de 100 por dia.
“Se prosseguirmos neste mesmo ritmo ou em aceleração, a doença poderia ficar como a primeira causa de morte no país”, disse Tullo, a exemplo do que já acontece em outros países. “O Paraguai não seria uma exceção”, completou.
ÍNDICE EM ELEVAÇÃO
Atualmente, o Paraguai tem um índice de 860 mortes a cada grupo de 1 milhão de habitantes. Comparado com o Brasil, é um índice que pode ser considerado baixo (aqui, a proporção é de 1.886 mortes a cada milhão de brasileiros).
Mas o Paraguai vive um crescimento contínuo em casos e mortes. A Vigilância de Saúde informa que a magnitude de óbitos é três vezes maior, atualmente, do que a registrada no pior momento da primeira onda da pandemia. E “as projeções indicam que ainda não atravessamos os meses mais críticos”, diz o órgão, pelo Twitter.
O tempo de duplicação dos óbitos está em 50 dias. Mantido este ritmo, as projeções mostram que no dia 15 de maio o Paraguai atingirá 7.718 mortes por covid-19. Serão cerca de 1.900 óbitos.
Já o tempo de duplicação dos casos confirmados é de 76,3 dias. Pelas projeção, neste ritmo, em 14 de maio o total poderia chegar a 318.240 casos, com 58 mil novos contágios.
A consequência deste crescimento dos casos é a superlotação dos hospitais, que já estão em situação precária.
Os internamentos em UTI, por exemplo, atingiram o recorde de 525 pacientes em um dia. A tendência foi de crescimento a partir de meados de fevereiro. Na quarta-feira, 28, havia 537 paraguaios em unidades de terapia intensiva.
O biólogo Pastor Pérez Estigarribia, da Vigilância de Saúde, disse ao jornal Última Hora que, em muitos países, as restrições e quarentenas deram bom resultado para reduzir a violência da pandemia, “mas na América Latina este tipo de medidas acaba em manifestações”.
CASOS E MORTES
No informe de quarta-feira, 28, o Ministério de Saúde Pública do Paraguai registrou 2.356 novos casos, que agora chegam ao total de 274.170, desde o início da pandemia.
Houve 102 óbitos, dos quais seis de pessoas com idades entre 20 e 39 anos; 19 entre 40 e 59 anos; e 77 idosos com mais de 60 anos.
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