Único dólar acessível para a maioria dos moradores da Argentina, o dólar blue (paralelo) chegou, na manhã desta terça-feira (10), à inédita marca de US$ 1 por P$ 1.000. A nova onda de desvalorização do peso argentino ocorre a menos de duas semanas para o primeiro turno das eleições presidenciais, marcado para o dia 22.
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De acordo com o serviço de monitoramento financeiro do jornal Página 12, por volta das 11h, o dólar blue era comercializado em Buenos Aires, em média, a P$ 990 para a compra e P$ 1.000 para a venda. Já o dólar oficial, mantido em patamares artificiais pelo governo, estava em P$ 347 para a compra e P$ 367 para a venda.
A título de comparação, no dia 1.º de agosto, antes da atual escalada de instabilidade agravada pelo processo eleitoral, o dólar blue estava a P$ 560 para a venda. Em 1.º setembro, o valor do blue já era de P$ 735; em 1.º de outubro, subiu para P$ 800, chegando aos atuais P$ 1.000 apenas dez dias depois.
Assim como o dólar, o real também vem alcançando forte valorização frente ao peso argentino. Oficialmente, a moeda brasileira começou a terça-feira cotada a P$ 66 para a compra e P$ 76 para a venda. No paralelo, porém, R$ 1 é capaz de comprar até P$ 185, gerando grande distorção em relação ao câmbio oficial.
De acordo com o jornal El Territorio, em cidades fronteiriças, como Bernardo de Irigoyen, R$ 1 vale o equivalente a P$ 170. A mesma fonte cita que, em Puerto Iguazú, parte do comércio estava aceitando a moeda brasileira a P$ 155 na segunda-feira (9). Em muitos estabelecimentos, os preços passaram a ser indicados diretamente em reais ou dólares.
Outro “abrasileiramento” do setor comercial em Puerto Iguazú é o uso generalizado do sistema PIX, aceito até mesmo em estabelecimentos de grande porte, como o Duty Free Shop. A utilização do PIX na Argentina é possível graças à intermediação de empresas do setor financeiro, que oferecem o serviço ao lojista.
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