Comércio de Ciudad del Este funciona (quase) normalmente, mas vendas não decolam

O motivo é simples: o dólar está muito alto, o que encarece os produtos importados vendidos no comércio paraguaio.

Sem medo de sanções – o prefeito Miguel Prieto garantiu que nada faria neste sentido -, grande parte do comércio de Ciudad del Este funciona normalmente, apesar do decreto presidencial que só permite a abertura de atividades essenciais.

As lojas abriram já no sábado, 27, início do período de restrições à circulação de pessoas e à abertura do comércio em geral. E vão continuar assim nos próximos dias, com exceção da sexta-feira, 2, feriado nacional tanto no Brasil como no Paraguai.

Desde os grandes shoppings até o comércio de rua, quase tudo está funcionando, à espera dos compradores brasileiros. Infelizmente para os comerciantes, dois problemas reduzem a presença dos brasileiros: o medo de contágios pela covid-19, que reduziu o número de brasileiros interessados em viajar pelo país; e o dólar alto, que inibe a compra de importados.

O portal Ahora CDE diz que a contínua desvalorização do real – hoje cotado em torno de R$ 5,80 – afeta diretamente o comércio de Ciudad del Este, cujos preços perdem competitividade com os praticados no Brasil. “Os comerciantes informaram que as vendas despencam junto com a moeda brasileira”, diz o portal.

Se os comerciantes tivessem que cumprir a restrição prevista no decreto presidencial, a situação ficaria ainda pior. Melhor vender pouco que nada.

O fechamento das lojas só iria agravar a crise econômica, dizem os comerciantes. Foto Diario La Jornada

O Diário La Jornada diz que a empresária Natalia Ramírez Chan, integrante do Conselho de Desenvolvimento de Ciudad del Este) e da Câmara de Comércio, afirmou que, embora alguns comerciantes estejam respeitando o decreto presidencial, a grande maioria não voltará a aceitar medidas como esta. Além dos prejuízos econômicos, “é evidente que pouco se tem visto de medidas, da parte do governo, para ajudar o debilitado comércio del Este”.

Pessoalmente, Natalia decidiu fechar suas empresas e não está trabalhando, em cumprimento ao decreto, mas discorda das restrições.

Em relação ao fechamento da fronteira, pedido pela Sociedade Paraguaia de Infectologia, a empresária disse que conversou com autoridades de Saúde e a opinião geral é que não há necessidade. Ela lembrou que Encarnación,  cuja fronteira com a Argentina está

fechada há um ano, teve um aumento de casos de covid-19 até superior aos registrados em Ciudad del Este. “Não é nenhuma solução fechar a ponte”, completou.

A empresária criticou a falta de resposta do governo às reivindicações do comércio de Ciudad del Este e a economia nacional em geral, porque ainda não existem planos de reativação econômica “que permitam vislumbrar um futuro alentador”.

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