Codetri pede abertura da Ponte da Integração para uso de veículos

Conselhos de desenvolvimento de quatro cidades do Brasil, Paraguai e Argentina iniciaram campanha pela antecipação do uso da via, concluída desde o ano passado.

Segunda ligação internacional entre Brasil e Paraguai, a Ponte da Integração precisa ser aberta para a circulação de veículos. É o que pede o movimento liderado pelo Codetri (Conselho de Desenvolvimento da Região Trinacional do Iguassu), que reúne quatro conselhos da fronteira.

A ponte, entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco, está concluída desde o ano passado, restando o término das obras complementares. Agora, com a previsão de entregas de estruturas no país vizinho para maio e setembro, o Codetri defende a utilização da via.

As áreas de serviços migratórios e de liberação de veículos menores de Presidente Franco estão previstas para serem concluídas nos próximos meses. Assim, os conselhos fronteiriços pedem a abertura do tráfego, inicialmente para veículos de turismo, mediante arranjo entre as autoridades dos dois países, para o avanço progressivo o uso.

Para tanto, o Codetri aponta:

  • em Presidente Franco, já há ligação entre a Ponte da Integração e o centro;
  • No lado de Foz do Iguaçu existem estradas entre a ponte e a atual aduana da Argentina, que poderá ser empregada para os procedimentos e controles.

O Codetri realizou a primeira visita técnica às obras, nas duas cabeceiras. E se reuniu com o prefeito de Presidente Franco, Roque Godoy, que assegurou o seu apoio à mobilização dos conselhos fronteiriços pela antecipação da abertura da Ponte da Integração, prevista para o fim de 2025.

“Avaliamos a proposta entre os conselhos de Foz do Iguaçu, Presidente Franco, Ciudad del Este e Puerto Iguazú, e a submetemos à avaliação de técnicos, agentes públicos de vários órgãos e especialistas na questão aduaneira”, explicou o presidente do Codetri, Roni Temp. “Abrir a ponte nos próximos meses não só é factível como é uma necessidade”, atestou.

Primeira visita técnica às obras complementares da Ponte da Integração – foto Divulgação/Codetri


O presidente do Codefran (Conselho de Desenvolvimento de Presidente Franco), Ivan Leguizamón explicou que as obras para serviços migratórios no lado paraguaio estão programadas para serem entregues em setembro. “Queremos que a abertura seja, a princípio, para veículos de turismo, iniciando o fluxo e também descongestionando o movimento da Ponte da Amizade, pois haverá mais uma opção para se atravessar a fronteira”, exemplificou.

Os próximos passos do movimento incluem reuniões com órgãos governamentais do Brasil e do Paraguai e ampliação do diálogo com a sociedade sobre a viabilidade do pleito. As lideranças fronteiriças também temem a repetição de problemas que possam levar a novos atrasos, caso as medidas operacionais sejam adotadas só com o fim do serviço, no ano que vem.

Fronteira ganha

A abertura da segunda ponte trará ganhos imediatos para o comércio e o turismo das Três Fronteiras, avaliam os conselhos de desenvolvimento. O trânsito mais fluido facilitará a circulação de moradores fronteiriços e de turistas na região, que já possui seus segmentos econômicos integrados e comporta um polo de ensino superior que requer deslocamentos.

Outro objetivo é ajudar a desafogar o trânsito sobre a Ponte da Amizade, na qual os veículos leves somam mais de 90% da circulação total, com uma nova conexão entre Brasil e Paraguai. O próximo passo, aberta a Ponte da Integração para veículos de turismo, será estudar a viabilidade da sua utilização para a passagem de caminhões sem carga, pois hoje o trânsito em Presidente Franco ainda não possui vias preparadas para receber essa frota que percorre a fronteira para carregar ou retornar de entregas.

Levantamento do Codetri aponta que passam diariamente pela Ponte da Amizade cerca de 600 caminhões, em que 360 (60%) estão vazios. Como as liberações dão prioridade para as cargas embarcadas, hoje os caminhões em lastre permanecem estacionados nas extensões de áreas próximas à ponte, em congestionamentos nas duas margens da fronteira.

Desenvolvimento

O Codetri é formado pelo Codefran, Codefoz (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Foz do Iguaçu), Codeleste (Conselho de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental de Ciudad de Este) e Codespi (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Puerto Iguazú). Constitui uma experiência pioneira de governança entre sociedade civil e poder público para o desenvolvimento do território, abrangendo as cidades da Argentina, Brasil e Paraguai.

(Com informações do Codetri)

Vc lê o H2 diariamente? Assine o portal e ajude a fortalecer o jornalismo!
LEIA TAMBÉM

Comentários estão fechados.