Em entrevista à rede de TV Telefuturo, o ministro de Relações Exteriores do Paraguai, Euclides Acevedo, falou que o país precisa “revisar muitas questões” em suas relações internacionais, conforme noticia o jornal Última Hora.
“Jamais eu iria imaginar que a Índia seria, nestes momentos, um de nossos melhores aliados”, afirmou o chanceler. A Índia doou 200 mil doses de vacina Covaxin ao Paraguai ao Paraguai e prometeu vender pelo menos 1 milhão. Além disso, anunciou que pretende abrir uma embaixada no país vizinho.
Na luta contra a covid-19, o chanceler se disse “decepcionado”, por exemplo, com o Mercosul. “Eu esperava que no Mercosul houvesse um banco comum de vacinas, mas não houve. Foi cada um por seu lado”, afirmou.
Depois, reconheceu que, embora houvesse algumas intenções de colaboração, as próprias necessidades internas dos países não permitiram esse auxílio.
O ministro de Relações Exteriores mostrou-se a favor de que o Paraguai inicie conversações “inteligentes” com a China, de onde o país compra por ano cerca de US$ 3,5 bilhões em mercadorias. O Paraguai, na época do ditador Stroessner, optou por relações externas totais com Taiwan, em detrimento da China.
“Creio que não se pode dar as costas a ninguém. No fundo, tudo é relações pessoal. Muitos nos dizem que os chineses ou os indianos vão nos pelar. O que me parece é que temos que revisar o que é a política externa, mas isso não é questão para o Executivo”, disse.
“Gostemos ou não, somos um território de influência norte-americana. Nosso principal mercado é o Brasil, nossos investimentos provêm dos Estados Unidos e muitos compatriotas vivem na Argentina. Devemos priorizar a
potencialização de nossa economia. É preciso saber jogar como (país) pequeno”, analisou ainda o chanceler.
Para Euclides Acevedo, as novas regras da política exterior devem ser debatidas pelos líderes políticos, assim como o que se refere ao fortalecimento do Mercosul.
Quanto a supostas pressões da China para que o Paraguai rompa relações com Taiwan para ter acesso a suas vacinas, ele assegurou que não recebeu nenhuma pressão nesse sentido. E enfantizou que as questões humanitárias devem ser prioridade, acima de qualquer interesse diplomático.
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