Brasileiro vítima de fraude é “expulso” do Paraguai por bandidos

Turista procedente do Rio Grande do Norte diz ter sido “escoltado” até a Ponte da Amizade para não denunciar o caso.

Um turista de nacionalidade brasileira, residente em Natal (RN), procurou as autoridades paraguaias, nessa terça-feira (19), para denunciar ter sido vítima de fraude em uma loja da área central de Ciudad del Este, indicada por um suposto “guia de compras” que o abordou nas imediações da Ponte Internacional da Amizade.

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Conforme o relato, amplamente repercutido pela imprensa local, o brasileiro, de primeiro nome Marcel, cruzou a fronteira no dia anterior, sendo levado pelo pirañita (termo depreciativo usado pelos paraguaios em relação aos autônomos envolvidos em fraudes) até uma loja na Avenida Adrián Jara, esquina com a Rua Piribebuy.

No local, o turista fez compra no valor de R$ 8.750, correspondente a um notebook, um celular e dez cartões de memória para celular. Parte do valor foi paga em dinheiro, enquanto o restante foi transferido pelo PIX, para uma conta em nome de um terceiro no Brasil, sem qualquer ligação comprovada com a loja.

Na hora da entrega da mercadoria, contudo, o brasileiro recebeu apenas um notebook de configuração inferior e um eletrônico não solicitado, sendo rodeado por um grupo de indivíduos e “escoltado” por três homens até a Ponte da Amizade, para que fosse embora do país sem relatar o caso às autoridades.

Devidamente orientado, o turista retornou na jornada seguinte e registrou a denúncia em órgãos como o Escritório de Defesa do Consumidor e o Ministério Público do Paraguai, cujo promotor de plantão, Gabriel Segovia Villasanti, acompanhou o estrangeiro até o local e lavrou ata sobre o ocorrido.

De acordo com o jornal ABC Color, um homem de nacionalidade paraguaia, que se apresentou como gerente, concordou em restituir o dinheiro ao brasileiro. O estabelecimento, segundo o referido jornal, é o mesmo no qual, duas semanas atrás, outro brasileiro relatou fraude similar.

“Apesar de contar com esses antecedentes, o suposto local comercial continua aberto e operando com total impunidade. A permissividade da prefeitura de Ciudad del Este e a cumplicidade do Ministério Público permitiram com que [os supostos lojistas] continuem fazendo vítimas”, denuncia o ABC Color, em matéria publicada na edição on-line.

Providências

Na semana passada, empresários de Ciudad del Este foram até a capital do país, Assunção, para pedir a autoridades como o ministro do Interior, Enrique Riera, a adoção de providências efetivas para combater a ocorrência de fraudes, assaltos e sequestros que prejudicam a atividade comercial no lado paraguaio da fronteira.

A principal queixa é quanto à falta de resultado nas ações de enfrentamento à criminalidade, além das denúncias de cumplicidade ou conivência de agentes públicos. Desde o início do ano, tem crescido o número de denúncias relacionadas a fraudes em estabelecimentos nas quadras próximas à Ponte da Amizade.

Locais para protocolar denúncias:

– Polícia Turística (aduana paraguaia da Ponte da Amizade);
– Escritório Municipal de Defesa do Consumidor (Shopping Box).

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6 Comentários
  1. Wilson Jesus Rodriguês Diz

    Pessoal quando for fazer compra no Paraguai nunca de atenção para os flanelinhas que fica induzindo você a comprar oferecendo preços menores do aplicado em lojas de renome mega casa china Pioneer internacional e várias lojas maiores OK

  2. Gildenio Lúcio de Souza Diz

    Seria muito importante se vocês fizessem o papel de vocês informando o nome da loja, surtiria muito mais efeito contra esses bandidos, devido ao alcance do jornal entre brasileiros.

  3. arnaldo Diz

    Outra coisa vcs nunca siga alguém para estacionamento fora do centro ele te levam e te asaltal fazendo vcs fazerem Pix muito cuidado não de atenção a nenhum flanelinha ou estes chamados guias de compras

  4. Antonio Carlos Diz

    Tem loja dessas aí que não tem nem nome na fachada, Gildenio. Ficam um tempo dando golpe e somem quando vira notícia. Essa aí foi no prédio do Shopping Vendome, na parte que não pertence mais ao shopping.

  5. Marcelo Braganceiro Diz

    A divulgação do nome da loja seria de grande valia, mas devemos também entender os fatores limitantes. As vítimas são facilmente identificadas, por se tratarem de turistas não costumazes. Infelizmente isso ocorre todos os dias.

  6. Maria Clemilda Diz

    O certo seria as falar o nome dessas lojas, assim muitos bem chegariam perto desses bandidos

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