De olho no fortalecimento do comércio bilateral, representantes dos governos de Brasil e Paraguai participaram, na última sexta-feira (9), de uma reunião na capital paraguaia, Assunção, tendo como foco o uso da hidrovia dos rios Paraná e Paraguai.
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O objetivo é ampliar o tráfego na via natural, que pode servir como alternativa para escoar a produção de grãos de áreas do Centro-Oeste do Brasil, com custos mais baixos na comparação com o transporte rodoviário.
O Brasil foi representado por autoridades como o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery.
A Antaq é o órgão responsável por regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da infraestrutura portuária e aquaviária no país.
Já o Paraguai teve emissários de diversas pastas do governo, como os ministérios das Relações Exteriores, Obras Públicas e Comunicações, Administração Nacional de Navegação e Portos (ANNP) e Direção-Geral de Marinha Mercante.
Um dos focos da discussão foi a melhoria da infraestrutura no trecho do Rio Paraguai entre o Pantanal, ainda em território brasileiro, e a foz no Rio Paraná, que marca a fronteira entre Paraguai e Argentina.
Por tratado, o Brasil tem direito a manter estruturas no porto fluvial de Concepción, assim como o Paraguai tem seu próprio terminal em Paranaguá. O uso da hidrovia por exportadores brasileiros ainda é tido como pequeno em relação ao potencial de negócios.
Argentina
O presidente da Argentina, Javier Milei, firmou decreto no qual nomeia Gastón Alejo Benvenuto como interventor da Administração Geral de Portos Sociedade do Estado (AGP), estatal que administra portos e gerencia o trecho argentino da hidrovia.
Em visita recente ao Paraguai, a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, disse que o país está disposto a discutir ajustes como a diminuição da tarifa do pedágio, implantado de forma unilateral no governo anterior.
Paraguai, Brasil, Bolívia e Uruguai, os demais sócios da hidrovia, questionam a cobrança argentina, que resultou, no ano passado, na apreensão de embarcações consideradas inadimplentes. O caso corre o risco de ser levado às cortes internacionais.
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