Brasil e Paraguai chegam a acordo sobre tarifa de energia de Itaipu

Valor será de US$ 20,75 por quilowatt (kW), 8,2% abaixo do patamar atual de US$ 22,60.

Valor será de US$ 20,75 por quilowatt (kW), 8,2% abaixo do patamar atual de US$ 22,60.

Em entrevista coletiva no início da tarde desta terça-feira (9), em Hernandarias, o diretor paraguaio de Itaipu, Manuel María Cáceres, anunciou que Brasil e Paraguai chegaram a um acordo quanto à tarifa da binacional. O valor definido, conforme o executivo, é de US$ 20,75 (R$ 106,35) por quilowatt (kW), com vigência até o final de 2022.

De acordo com a agência pública IP Paraguay, duas propostas estavam sobre a mesa: a paraguaia, de manter o preço em US$ 22,60 (R$ 115,83), e a brasileira, de redução para US$ 18,95 (R$ 97,13). A revisão para baixo é possível em razão do pagamento das dívidas de construção, que estarão completamente quitadas até abril de 2023.

Pelo Tratado de Itaipu, firmado em 1973, cada país tem direito a 50% da eletricidade produzida pela usina. O excedente não utilizado pelo Paraguai, que consome cerca de 15% da energia gerada pelas 20 turbinas, é revendido ao Brasil.

Já a diretoria brasileira, em nota enviada à imprensa, ressaltou que essa “é a primeira redução da tarifa de Itaipu após 13 anos, permitindo a redução da conta de luz do consumidor da energia gerada pela usina”.

“Esse consenso foi alcançado após um processo de análise das propostas de orçamento para este ano nas esferas da Diretoria Executiva e do Conselho de Administração, no âmbito da cooperação e do diálogo permanente que regem a relação entre os dois países proprietários do empreendimento hidrelétrico”, complementa o boletim.

Diretores Manuel María Cáceres (Paraguai) e Anatalicio Risden Junior (Brasil). Imagem: Rafael Kondlatsch/Itaipu Binacional

Potência contratada

Segundo o diretor-geral paraguaio, ficou definido que a potência a ser contratada pelo país vizinho ao longo de 2023 será de 2.154 megawatts (MW), o que equivale à capacidade de geração de pouco mais de três turbinas (a potência de cada uma das 20 unidades geradoras de Itaipu é de 700 MW).

Cáceres anunciou ainda que, mesmo com uma eventual queda de receitas (o que vai depender também da quantidade de energia produzida pela hidrelétrica), US$ 220 milhões serão reservados para investimentos no Paraguai, sendo US$ 140 milhões destinados à estatal ANDE e US$ 80 milhões para gastos sociais.

Redução na conta

Logo após a coletiva concedida pela diretoria em Hernandarias, o presidente Mario Abdo Benítez comunicou, durante evento no departamento (estado) de Caaguazú, que a ANDE diminuirá em 25% as tarifas de energia para a maioria dos consumidores no Paraguai, no período entre setembro e dezembro de 2022.

A redução deve contemplar 1,1 milhão de usuários residenciais que têm consumo mensal inferior a mil quilowatts (kW), o que representa 76% dos clientes da estatal. O objetivo, segundo o presidente paraguaio, é atenuar os impactos da inflação e possibilitar a retomada do consumo das famílias em setores como comércio e serviços.

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