A campanha de vacinação nas fronteiras fez aumentar pelo menos 40% as doses aplicadas em estrangeiros no período de 13 a 22 de outubro em comparação com o início do mês, entre o dia 1.º e 12. A vacinação da população fronteiriça é importante para garantir maior proteção em decorrência da interação diária entre os moradores de fronteira.
De acordo com o Ministério da Saúde, a meta é atualizar a situação vacinal da população, de todas as faixas etárias, residente nos municípios brasileiros ou estrangeiros, que estiver no Brasil. Os imunizantes aplicados são da covid e os que constam no Calendário Nacional de Vacinação.
A adesão dos estrangeiros às vacinas, assim como dos brasileiros que vivem no Paraguai, os chamados brasiguaios, tem sido essencial para aumentar a imunização da população fronteiriça. Diversos moradores do país vizinho procuram as unidades de saúde para tomar vacina e também imunizar os filhos.
Conforme balanço da Diretoria de Atenção Primária em Saúde de Foz do Iguaçu, 108 doses foram aplicadas em estrangeiros não residentes no Brasil entre 13 e 22 de outubro. As vacinas com maior procura foram contra a influenza, meningocócica C, pólio oral e febre amarela. Dessas, 62% das doses foram aplicadas na faixa etária de 0 a 4 anos.
Para quem mora em Foz do Iguaçu, o total de doses aplicadas foi de 7.310, das quais 42% na faixa etária de 0 a 4 anos e 17% de 10 a 14 anos. As mais aplicadas foram contra a influenza, covid-19, HPV, pólio oral, dupla adulto e febre amarela.
Cidades-gêmeas
O Brasil tem 33 municípios classificados como cidades-gêmeas por estarem demarcados pela linha de fronteira seca ou fluvial, cuja população corresponde a cerca de 1,34 milhão de pessoas.
Essa população vive em dez estados: Acre (4 municípios), Amapá (1 município), Amazonas (1 município), Mato Grosso (1 município), Mato Grosso do Sul (7 municípios), Paraná (4 municípios), Rio Grande do Sul (11 municípios), Rondônia (1 município), Roraima (2 municípios) e Santa Catarina (1 município).
Em São Borja (RS), segundo a Secretaria de Saúde, a campanha de vacinação será realizada entre 19 e 28 de novembro, na Ponte da Integração, sobre o Rio Uruguai, que liga a cidade a Santo Tomé, na Argentina. Durante os dias da semana, o horário de atendimento será das 8h30 às 11h e das 13h30 às 16h; e no sábado, dia 26/11, das 8h às 12h.
Luciano Stremel Barros, presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (IDESF), destaca a importância da iniciativa. “É muito importante iniciativas como estas capitaneadas pelos municípios. Mas também precisamos pensar nesses aspectos sanitários de forma conjunta. A expectativa é de que a partir do Acordo Brasil–Paraguai tenhamos um mecanismo legal para que essa integração ocorra de forma mais fluída.”
As ações de intensificação da vacinação nas cidades de fronteira vão até 16 de dezembro, com o intuito de melhorar os índices de cobertura vacinal, evitando a ocorrência de novos casos e a reintrodução de doenças imunopreveníveis em território nacional.
O Plano de Ação envolve dez estados brasileiros: Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, contemplando as 33 cidades que fazem fronteira com a Argentina, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, Paraguai, Peru e Uruguai.
Serão utilizadas como indicadores de monitoramento e avaliação da estratégia as coberturas vacinais contra a poliomielite, tríplice viral, covid-19, febre amarela, pentavalente e pneumocócica-10.
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