Presidentes do Brasil e do Paraguai encontraram-se no meio da estrutura, cujo cronograma já ultrapassa os 90% de conclusão.
Com um abraço e um aperto de mãos no alto da Ponte da Integração, os presidentes do Brasil e do Paraguai, Jair Bolsonaro e Mario Abdo Benítez, encontraram-se, na manhã desta quarta-feira (31), para uma visita técnica à nova via de conexão entre os países, com previsão de término para o último trimestre de 2022.
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O encontro ocorreu pouco depois das 10h30, com os chefes de Estado e suas comitivas partindo dos dois lados para caminhada até o meio da ponte, que tem vão-livre de 470 metros e extensão total de 760 metros entre a cabeceira brasileira em Foz do Iguaçu e o acesso paraguaio em Presidente Franco.
A instalação da última aduela ocorreu no dia 17, concretizando a ligação entre as margens. Informações difundidas pela imprensa paraguaia (há limitações no Brasil devido ao período eleitoral) dão conta de que 91% do cronograma de obras já está concluído, com a liberação ao tráfego de veículos podendo ocorrer no início de 2023.
Em breve diálogo com a imprensa, os presidentes ressaltaram a importância da parceria bilateral e da integração entre as cadeias produtivas. Entre os temas abordados, a possibilidade de ampliar a produção pesqueira no lago de Itaipu. “Queremos zerar o imposto sobre as rações para peixes, para ampliar a competitividade”, afirmou Bolsonaro.
Mario Abdo Benítez, por sua vez, reforçou o papel da binacional Itaipu na viabilização da obra. “É a primeira vez que Itaipu financia uma obra dessa envergadura, aprofundando a integração. Para mim, a construção da ponte é algo muito emocionante, porque as pessoas não acreditavam que aconteceria”, disse o presidente paraguaio.
A agenda da oitava visita oficial de Jair Bolsonaro à Terra das Cataratas inclui ida à usina de Itaipu, onde está previsto um almoço com Mario Abdo e comitiva.
Vídeo da transmissão ao vivo na página da Presidência da República do Paraguai.
Histórico
Reivindicada pela população fronteiriça desde a década de 1980, a construção de uma nova ponte sobre o Rio Paraná, nas proximidades do Marco das Três Fronteiras, começou a ganhar corpo em 1992, com a assinatura de um acordo bilateral pelos então presidentes Fernando Collor de Mello (Brasil) e Andrés Rodríguez (Paraguai).
À época, o projeto previa a construção de uma via rodoferroviária, que formaria parte de um corredor para conectar o porto paranaense de Paranaguá com o terminal chileno de Antofagasta, às margens do Oceano Pacífico. A estrada de ferro, no entanto, jamais chegou à região de fronteira, com a atual Ferroeste terminando na cidade de Cascavel.
Em 2005, com a justificativa de reduzir custos, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicanor Duarte Frutos firmaram um novo acordo, para que a ponte fosse apenas rodoviária. A licitação para a escolha do consórcio construtor ocorreu em 2014, no governo Dilma Rousseff, com o início das obras sendo adiado por razões orçamentárias.
Em 2018, em um dos últimos atos de sua gestão, o então presidente Michel Temer autorizou o uso de recursos da diretoria brasileira de Itaipu para construir a ponte e a rodovia Perimetral Leste. A pedra fundamental foi lançada em maio de 2019, já durante o governo Jair Bolsonaro. O custo estimado do empreendimento é de R$ 323 milhões.
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