Após registrar, em 2023, o pior surto de dengue da história do país, com mais de 135 mil casos confirmados e 68 mortes, a Argentina começa o ano de 2024 com preocupação em relação ao avanço da doença, transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti.
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A dengue não é endêmica em toda a Argentina, tendo incidência, principalmente, nas províncias fronteiriças com o Paraguai e o Brasil, na região do Nordeste Argentino (NEA).
Nas últimas temporadas, contudo, a distribuição geográfica tem crescido, com a detecção de casos autóctones em cidades onde apenas ocorrências importadas eram verificadas, além da continuidade da transmissão durante o outono e o inverno.
Outro fator de difusão está relacionado às viagens, com picos de aumento de casos de dengue, chikungunya e zika, em grandes cidades como Buenos Aires, nas semanas seguintes ao retorno dos viajantes que saem de férias em janeiro e fevereiro.
Dados da província de Misiones indicam que, nas duas últimas semanas, 4.685 casos suspeitos foram notificados no sistema de saúde local, que tem 27 pacientes internados com dengue, incluindo um recém-nascido, seis crianças e quatro grávidas ou puérperas.
Especificamente em Puerto Iguazú, a prefeitura local tem promovido ações de limpeza e remoção de criadouros, solicitando a colaboração da população no combate ao mosquito.
A escassez de produtos como repelentes e inseticidas, no entanto, é um dos desafios adicionais que os argentinos vêm enfrentando nas últimas semanas. O desabastecimento foi gerado tanto pelo aumento da procura, como pela dificuldade para a importação de insumos ou de itens prontos para a reposição dos estoques.
A vacina contra a dengue, desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda para imunização em duas doses, está disponível somente na rede privada, ao custo de P$ 61 mil (cerca de R$ 330) por aplicação. A vacinação pública ainda é tema de discussão, com pedidos para que o trabalho comece pelas províncias mais afetadas.
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