Rejeição à vacina é muito alta no país vizinho, que imunizou menos de 50% da população com uma dose.
Na última semana, até sábado, 18, o Paraguai registrou 525 novos casos de covid-19, um aumento de 34% em relação à semana anterior. Foram também 25 mortes na semana, 12% a mais que nos sete dias anteriores.
Com este resultado, o índice de mortes no país subiu para 4 por milhão de habitantes. Eram três na semana passada. O índice ficou igual ao brasileiro, que vem diminuindo a cada semana, e supera o da Argentina (3 mortes por milhão de habitantes). Os números são do site Worldometers.
O último informe do Ministério da Saúde registrou cinco mortes no sábado. Com isso, o país chegou ao total de 16.528 mortes por covid-19 desde o início da pandemia.
O grande problema do Paraguai é a resistência à vacinação. Em Ciudad del Este, a vacinação de casa em casa, entre os dias 13 e 16 deste mês, conseguiu imunizar 5.754 pessoas.
Cem equipes, cada uma formada por quatro funcionários da Saúde, percorreram o município, num esforço para aumentar com urgência o número de moradores protegidos contra o coronavírus, já que o departamento de Alto Paraná é o que lidera no país em casos, internamentos e mortes por covid-19.
Mesmo com essa campanha, segundo informa o jornal La Clave, 7.507 moradores de Ciudad del Este rejeitaram a vacina, o que equivale a quase 60% das pessoas abordadas pelos vacinadores.
O departamento Central do Paraguai e a capital, Assunção, têm índices de vacinação bem superiores aos de Alto Paraná. Com 80% da população já vacinada ao menos com a primeira dose, essas duas regiões ainda registram casos, mas é baixo o número de hospitalizações e óbitos, como informou o Ministério da Saúde.
O site Our World in Data mostra que a vacinação, no Paraguai, chegou a 48% da população, com uma dose, e a 40% com duas doses.
No Brasil, são 77% dos habitantes vacinados com uma dose e mais de 66% com duas. Segundo o Ministério da Saúde, tomaram uma dose 3.444.261 pessoas; com duas doses, são 2.871.213 pessoas; outras 174.269 tomaram a dose de reforço.
A Argentina já chegou a 82% de imunização com uma dose e a 69% com duas doses.
Os dois países maiores estão com índices próximos aos da Europa e já superam os de países como Estados Unidos e até Israel.
PREOCUPAÇÃO
A alta de casos e mortes em Alto Paraná, aliada ao baixo índice de imunização, preocupa as autoridades de saúde de Foz do Iguaçu.
Na última reunião do Comitê de Luta contra a Covid-19, na sexta-feira, discutiu a possibilidade de ser exigido comprovante de vacinação de quem atravesse a fronteira para o lado brasileiro. O assunto será levado ao conhecimento do Ministério da Saúde.
Em Foz, segundo o comitê, a imunização já chega a 100% da população adulta.
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