O governo argentino é no mínimo cruel. Há um grupo de compatriotas retidos no Paraguai, alguns deles há um ano, mas nenhum deles obtém autorização para voltar ao país, informa o jornal La Nación.
“Faz um ano e pouco que estou aqui sem poder ver minha mãe e minha família. Minha mãe já tem 85 anos, já passou por muito, lá, e está recém-operada de emergência. Estou precisando viajar para vê-la”, disse uma argentina residente no Paraguai. Ela precisa ir até Córdoba.
A única coisa que ela quer é que a ponham num ônibus que passe a Formosa (Argentina). Disse que as passagens de avião são caríssimas e que não podem comprar. E enfatiou que todos estão no seu direito de voltar a seu país de origem para ficar com suas famílias.
Outra pessoa atingida pelas restrições argentinas contou que veio ao Paraguai em dezembro para visitar o sogro, que estava doente. No dia 9 de janeiro, tentou voltar, mas não deixaram. “Fomos ao consulado (argentino) e nos atendeu um porteiro. Eles nos disse que não estão autorizados a dar permissões até 31 de janeiro, só se alguém está morrendo”.
Ela não voltou lá, ainda, para saber se a regra mudou, mas certamente que não. “Queremos voltar e estamos desesperados, estamos ficando sem dinheiro e temos filhos pequenos”, queixou-se.
E as histórias se repetem. “Entrei no Paraguai com minha família no dia 16 de novembro. Desde aquele dia não nos deixam voltar ao meu país. Estou retida aqui com meu filho de 4 anos e meu marido. Precisamos de ajuda, não temos dinheiro, não temos medicamentos”, reclamou Mariana Fleitas. “Precisamos que nossos representantes, tanto na embaixada como no consulado, nos escutem”.
Segundo Mariana, a única forma de se comunicar com os representantes argentinos no Paraguai é por email, que muitas vezes não são respondidos. “Pedimos que respeitem nossos direitos como cidadãos nativos da Argentina, isto que estão fazendo é inconstitucional. Queremos voltar a nossos lugares”, concluiu.
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