Casal de paraguaios pôde voltar a Assunção, depois de retido em Buenos Aires desde o início da pandemia.
Sem dinheiro pra pagar passagens de avião, o casal de paraguaios Fredy e Noemí, de Assunção, pôde finalmente voltar para casa, depois de um ano e sete meses retido em Buenos Aires.
Os dois paraguaios foram os primeiros a passar pela Ponte San Roque Gonzáles de Santa Cruz, que liga Posadas, capital de Misiones, à cidade paraguaia de Encarnación.
O casal contou ao portal El Territorio que saiu de Buenos Aires na segunda-feira (18) de manhã, de ônibus, e ficou esperando em Posadas até a ponte reabrir no lado argentino, pouco depois da meia-noite.
“É muita felicidade!”, comemorou Noemí.
ÀS 9 HORAS
Para a entrada de argentinos retidos e paraguaios, a ponte será liberada com uma quota de 800 pessoas por dia, depois de uma solenidade oficial de abertura, marcada para as 9h desta terça-feira, conforme noticia o portal Misiones Cuatro.
Também reabrem nesta terça as fronteiras secas entre o município argentino de Bernardo Irigoyen com Dionísio Cerqueira (SC) e Barracão (PR).
A burocracia argentina reduziu as exigências, a partir de hoje. Não é preciso mais fazer o teste de antígeno na aduana do país; basta apresentar PCR negativo com até 72 horas. Foi eliminada também a declaração juramentada.
É o que consta na portaria assinada na segunda-feira, 18, pelos ministros chefe de Gabinete, Juan Manzur; do Interior, Eduardo de Pedro; e de Desenvolvimento Social, Juan Zabaleta.
QUOTA OU NÃO?
Mas, como sempre acontece na Argentina, houve alguma confusão. É que foram publicadas no equivalente ao Diário Oficial portarias estabelecendo o fim das quotas para entrar no país por aeroportos, mas dando a entender que seria o fim das quotas também nas fronteiras terrestres.
Depois, veio a explicação de que “cada fronteira tem um protocolo sanitário, em algumas pode haver quotas e em outras não”.
E mais burocracia: embora o teste de antígenos tenha sido eliminado na entrada, deve continuar sendo exigido hoje, porque… não ficou claro.
As fronteiras com o Paraguai e com o Brasil deveriam ter sido reabertas em outubro, depois do período de teste entre Puerto Iguazú e Foz do Iguaçu, onde a Ponte Tancredo Neves foi reaberta em 27 de novembro.
Mas, promessa depois de promessa, só se concretizou nesta terça-feira, 19.
MOVIMENTO
Mesmo com fronteiras abertas, o movimento não deverá ser grande como no passado, devido às exigências de duas doses de vacinas, mais PCR, pela Argentina.
Para cruzar da Argentina ao Paraguai, também é exigido o esquema de vacinas completo, com 14 dias desde a última dose, e um teste de antígeno com até 24 horas.
Provavelmente ainda vai demorar muito para que retornem os números pré-pandemia, quando passavam pela Ponte San Roque Gonzáles de Santa Cruz cerca de 1 milhão de pessoas por mês, de ambos os lados, como lembra o portal El Territorio.
Comentários estão fechados.