Entidades sindicais organizam, para a próxima semana, uma série de protestos em Buenos Aires e nas principais cidades da Argentina, para expressar postura contrária ao Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), firmado pelo presidente Javier Milei, contendo mais de 300 medidas para a desregulamentação da economia do país.
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Com rito similar ao das medidas provisórias no Brasil, o DNU n.º 70/2023 já está em vigor, mas terá de ser analisado pelo Congresso Nacional. Em paralelo, sindicatos como a Central Geral de Trabalhadores (CGT) vão protocolar, no Poder Judiciário, pedido de inconstitucionalidade do decreto.
Nessa sexta-feira (22), dirigentes de cerca de 50 entidades de classe participaram de uma reunião, em Buenos Aires, para organizar o calendário de mobilizações. Uma das ameaças é a convocação de uma greve geral, que será decidida, na quinta-feira (28), após assembleia nacional da CGT.
Um dos objetivos dos representantes dos sindicatos é pressionar para que as medidas contidas no DNU, como a revogação de centenas de leis que regulamentam setores da economia, sejam analisadas uma a uma, em matérias separadas, para que cada caso possa ser debatido com a devida profundidade.
Desde a noite de quarta-feira (20), quando Milei fez um pronunciamento para anunciar a publicação do DNU, manifestações (espontâneas ou organizadas) têm sido registradas em vários pontos do território argentino.
Na província de Misiones, a imprensa local reportou atos na capital, Posadas, e na fronteiriça Puerto Iguazú, onde representantes de sindicatos e instituições sociais marcaram presença, na manhã de sexta-feira (22), na praça San Martín, área central da cidade.
No âmbito político, as perspectivas sobre as chances de manutenção do DNU de Milei no Congresso são incertas, uma vez que o governo não tem base parlamentar própria e dependerá de acordos com o grupo do ex-presidente Mauricio Macri e com setores minoritários da oposição para aprovar as matérias de seu interesse.
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