Argentina mantém cobrança de pedágio na hidrovia do Rio Paraná

Reunião em Buenos Aires, nessa terça-feira (26), terminou sem acordo; Paraguai, Brasil, Uruguai e Bolívia criticam a medida.

Terminou sem acordo a reunião ocorrida em Buenos Aires, nessa terça-feira (26), para debater a decisão argentina de cobrar, de forma unilateral, pedágio de todas as embarcações que trafegam com carga pelo Rio Paraná, no trecho entre a foz do Rio Paraguai e os portos da região de Rosário.

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Representantes dos governos de Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Bolívia se sentaram à mesa para analisar a documentação apresentada pelas autoridades argentinas como justificativa à cobrança de US$ 1,47 (cerca de R$ 7,50) por tonelada transportada, implantada no final de 2022.

Os documentos foram considerados insuficientes pelos participantes da reunião, que questionaram, também, o fato de que embarcações com bandeira argentina são tarifadas com valores mais baixos, gerando concorrência desleal.

“Cada delegação expôs suas objeções ou pontos. O Paraguai manteve a posição de que não existe um custo que justifique a cobrança do pedágio, enquanto a Argentina apresentou, inclusive, uma nova base de cálculo. Nós e as demais delegações se opuseram”, descreveu Julio Vera César Cáceres, presidente da Administração Nacional de Navegação e Portos (ANNP) do Paraguai, em declarações ao jornal La Nación.

“Nesta quarta (27), temos uma segunda reunião, do Comitê Intergovernamental da Hidrovia. Se nessa instância não chegarmos a um acordo, e eu creio que não chegaremos, o passo seguinte será a reunião dos chanceleres dos países da Bacia do Prata, para solicitar, a partir daí, arbitragem internacional”, afirmou.

O conflito diplomático e econômico na hidrovia respingou para outras áreas, com o Paraguai suspendendo a venda de energia à Argentina na usina de Yacyretá, e a Argentina ameaçando cancelar ou reduzir as exportações de gás natural ao mercado paraguaio.

O Paraguai é o país mais afetado pela imposição do pedágio, uma vez que cerca de 80% de seu comércio exterior passa pela hidrovia. Desde julho, embarcações paraguaias têm sido retidas, por ordem do Judiciário argentino, e liberadas somente após o pagamento de dívidas de até US$ 22 mil (R$ 110 mil).

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1 comentário
  1. sillas castilho jr Diz

    Início da guerra contra o Paraguay começou assim. Os portenhos bloqueando e cobrando pela trânsito do rio Paraná

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